QUANDO O PEPINO, ERA COMIDO COM SAL, NAS TABERNAS DE FOROS DE SALVATERRA,e servia de petisco acompanhando uns copos de vinho.
A alimentação do povo rural, de Salvaterra de Magos, nos anos entre as duas guerras mundiaisaté à década de 40 do séc. XX, além de parca não era muito diversificada.
Nesse tempo os lavradores das casas agrícolas da vila, tinham o privilegio de ter as suas hortas – A família Roberto, tinha uma nos terrenos da “Amieira”, ao lado a Família Roquette, aproveitava a nascente de água, na “Peteja”, enquanto a família Costa Freire, usava as terras das “Gatinheiras” , e todo o ano tinham à mesa vegetais e hortaliças, enquanto as alfaces e os pepinos não faltavam nas saladas a acompanhar o peixe e a carne.
Houve na vila, uma grande Horta, aberta em terreno publico, em frente à Praça de Toiros, para dar de comer ao povo, após o terramoto de 1909, era seu hortelão, um tal António Sopas.
No dobrar do século, estava fechada e ao abandono, a pesar de estar murada!Neste tempo, muitos rurais, tinham a sua “Boiça/ou Calhandra”, em terra arrendada lá para os lados da margem do Tejo, onde faziam as suas pequenas hortas.
Dando à imaginação, as receitas dos seus antepassados, também lá cultivavam o tomate e o pepino e beringelas (depois de assados na brasa) e bem temperados em sal, acompanhavam uns bons copos de vinho.
A roda da alimentação não era conhecida, nas sopas, entre as verduras, a couve galega era a preferida, dava para se “ripar as folhas”, todo o ano. Naquele tempo, usava-se o chícharo, uma leguminosa mal vista na mesa dos ricos, pois era usada em grandes sementeiras dos lavradores, para alimentarem as manadas de gado. Sendo muito parecido, com o tremoço e o grão-de bico, naquele tempo de fome, o povo torrava-os (nos forno dos padeiros) e enganava a barriga bebendo o líquido à hora do café.
O Chicharro era também um “acepipe” das gentes rurais cá da terra. Usado bem cozido, era comido com migas e bacalhau assado, em alguns domingos e feriados do ano.
Esta e outras comidas que, vinham de séculos, cairam em desuso, mas estavam conservados, pelo povo Foreiro, que um dia desbravaram aquela vasta terra, que foi da Coutada real de Salvaterra, pois tinham-nos levado da sua da terra-mãe.
Por volta de 1950, no terreno do Estanqueiro, pelo meio da tarde, o Poço de Água, ali construído em 1936, tinha à sua volta muitas mulheres e moças, - era Domingo, estavam na Praça da Jorna! – aguardavam a fala de trabalho, e entretinham-se a comer algumas pevides e tremoços, que a Custódia Pulga, vendia à sombra do grande eucalipto. A seu lado, um membro de uma grande irmandade; o José Maria Bolieiro, vendia Pepinos – era época deles, depressa os homens, enchiam a taberna da Maria do Carmo Duarte, e lá iam descascando-os ao alto, com a pequena navalha, e abertos em 4 partes temperados com sal, acompanhavam um copo de vinho. - eram um bom petisco!
*José Gameiro
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