MANUEL DA SILVA VALENTE
O EMPRESÁRIO QUE, UM DIA VEIO DE OVAR,
e adotou Salvaterra de Magos como sua terra – natal.A primeira guerra mundial (1914-18), tinha acabado há dois anos mas o povo de Avanca, continuava nos seus afazeres de todos os dias - no amanho da terra, no apanho do moliço e na pesca, coisa penosa para seu sustento.
Era gente da beira litoral, de poucas letras, não sabendo que, foi terra de Antuã e já existia antes do séc. XIII, tempo que integrou o Mosteiro de Arouca, e com o passar dos séculos, já era um povoado cuja toponímia agregava meia dúzia de ruelas e largos, onde num deles tinha sido construída a Igreja Matriz, de invocação a Santa Marinha, com a primeira missa celebrada a 24 de Fevereiro de 1749, e em 1864, Avanca albergando cerca de 4 mil vizinhos, passou a ser freguesia do concelho de Estarreja.
Manuel Augusto Valente, nascido nesta povoação, era homem de negócios entre Portugal e Brasil, foi casar ali perto, em Ovar, com Emília Oliveira Soares, desta vila. fundada a 4 de Dezembro de 1811. O casal, vivendo em Ovar, ali viu aumentar a família, pois no dia 27 de Setembro de 1920, nasceu o último – um rapaz, de uma prole de cinco filhos, aquém foi dado o nome de Manuel Augusto da Silva Valente.
Este tal como os irmãos teve uma infância cuidada no âmbito familiar, e na área da educação foi-lhes incutida as preces a Deus, através da religião católica, conduta que Manuel Valente acompanhou pela vida fora.
A morte do pai, e de um irmão, que já estudava na universidade, aconteceram quando o jovem Manuel tinha apenas 15 anos de vida, mas o irmão Jaime mais velho de idade, depressa continuou os negócios da família, que levou a construírem em Aveiro, uma fábrica de Descasque de Arroz.
O jovem Manuel Valente, mostrava ser pessoa recatada, resoluta e possuidora de bom trato humano, depressa junto com aquele irmão Jaime imbuídos de grandes esperanças de singrar na vida, levou-os a descer até à Lezíria ribatejana e, criando a firma; Jaime da Silva Valente, Ldª, instalaram-se num terreno em Salvaterra de Magos, para construírem de raiz uma moderna unidade fabril, também na área do descasque do arroz, pois as terras de entre o Tejo e o Sorraia, eram férteis em arrozais.
Os destinos da nova fábrica ficou entregue ao Manuel Valente, e já a viver nesta vila ribatejana, encontra na jovem Carlota Madeira, de Marinhais (31.01.1923 – 02.07.2003), a esposa que o viria acompanhar até ao dia da sua morte. Do Casamento, nasceram duas filhas; a Ana Maria e a Emília Madeira Valente.
No dobrar do séc. XX, a fábrica continuava a laborar em pleno ali à beira da EN 118, à saída de Salvaterra, até que na década de 80, outros negócios foram aparecendo na vida empresarial da firma, tais como: uma fabrica de galvanização.
A agricultura, nos seus vastos terrenos na zona do Vale Queimado, e o mercado em loteamentos passaram a ocupar a actividade da firma Jaime Valente.
Manuel Valente sempre teve presente no seu espirito cristão, ajudar os outros e, não deixou de apoiar cedendo naquele terreno, um espaço para a construção de um bairro social com um Lar, uma iniciativa religiosa- adventista que pretendia instalar-se nesta zona.
Anos antes já tinha dado guarida às necessidades da Igreja Paroquial de Salvaterra, quando da construção dos bairros sociais, que levaram a acabar na vila as barracas, onde viviam famílias pobres, especialmente de origem rural. A Misericórdia local também contou com ele num mandato na década 70, a par das colectividades, e da autarquia receberem o seu contributo, pois era pessoa sempre disponível para preencher qualquer lugar directivo. Nas Festas de Salvaterra, que tiveram início em 1966, participou no campo da organização, e nas provas hípicas do seu programa, nas exposições daqueles festejos, não deixou de mostrar uma sua grande paixão de desportista, que trouxe de Aveiro.
- Foi uma novidade os barcos a motor da Scudaria Magos, novo clube criado na vila com o seu grande amigo; Manuel João Raposo, entre outros praticantes, que passaram a usar a Barragem de Magos. para as muitas provas já incluídas no calendário nacional da modalidade.
Dos terrenos que a empresa tinha atrás do cemitério de Salvaterra e da sua antiga fabrica, agora inactiva, fez uma doação à Câmara Municipal na década de 80, para ali serem construídas habitações sociais.
Quando da sua morte, em 3 de Dezembro de 1999, os adventistas do Vale Queimado, não deixaram de manifestar o testemunho do seu agradecimento, encimando o seu caixão de defunto com uma enorme coroa de flores.
As filhas, Ana Maria (a Nani) e a Emília Madeira Valente, já herdeiras do património e gerentes da firma; Jaime Valente, tomaram em conta os desejos do pai , não se desfazendo dos bens deixados, desenvolvendo até, no campo do imobiliária – onde a antiga unidade fabril e armazéns, foram arrendados sendo uma nova forma de ajudar o desenvolvimento da terra, com novos postos de trabalho na vila que um dia o pai; Manuel Valente acarinhou como sua!
*José Gameiro
Origem Fotos: Manuel Valente e Fábrica em 1947 (Da Família) * Antiga Unidade Fabril 1980 (Do Autor)
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