Sexta-feira, 12 de Outubro de 2018

CRÓNICA DO NOSSO TEMPO ! * O Vicente Lucas de Aguiar, foi Presidente da Câmara Salvaterra de Magos

VICENTE LUCAS DE AGUIAR -  FOI AUTARCA,  

já teve toponímia em Salvaterra de Magos.

 

 A bonita porta de entrada em Salvaterra de Magos, que é a Avenida, foi construída em 1941,  ocupou o espaço que foi da antiga rua do Calvário.  Foi uma obra delineada  no primeiro mandato do Dr. Roberto Ferreira da Fonseca, e veio a ter a toponímia de Vicente Lucas de Aguiar.

  No mandato do executivo de António Moreira, em 1985, o nome desta grande artéria rodoviária, passou a ter o nome daquele médico, que por duas vezes prestou um serviço à sua comunidade, foi autarca, ocupando a Presidência da Câmara Municipal.

 Corria o ano de 1968, um texto para o Jornal Aurora do Ribatejo, levou-nos

a  algumas buscas nos arquivos  sobre  aos estragos causados pelo terramoto de Lisboa, em  1755, em Salvaterra. Além dos danos causados na vila, havia registo que nos seus arredores, a habitação do Casal  (foro com casa e terreno) pertença de Vicente Lucas, também sofreu com os efeitos sísmicos.

 Agora acaba de nos chegar à mão a V Edição da Revista Magos – um livro que trata da Cultura do Concelho de Salvaterra de Magos, uma edição da Câmara Municipal, que vem sendo editada anualmente.

 Entre os textos ali descritos pelos colaboradores, chamou-me a atenção,  o estudo do Prof. António Pedro Manique,  com um minucioso trabalho de investigação histórico – O Modelo Espacial do Liberalismo e as Extinções do Concelho de Salvaterra de Magos (1836,1855 e 1867), nos informa que o concelho de Salvaterra esteve  destinado a engrossar o meio milhar que já tinham acabado, vitimas do Liberalismo.

 O político e estadista, Mouzinho da Silveira, defensor do Liberalismo, iniciou  com o Decreto de 16 de Maio de 1932, o projecto da Reforma Administrativa do Território na área das Finanças Públicas (supressão de concelhos) que substitua o Antigo Regime feudal.

 Numa primeira leva foram levados à extinção mais de meio milhar. O Ministro, Passos Manuel seguindo-o e   promulgou um novo Código Administrativo, em 31 de Dezembro de 1936.  que imponha  novas regras administrativas, nos concelhos que vigorassem à data.

 Aquele estudo de António Manique, leva-nos a apreciar quanto foram marcantes aquelas três datas na vida do concelho de Salvaterra, conforme sempre com a sua extinção a engrossar as freguesias de Benavente.

 A “odisseia” vivida pelo povo, teve nos seus mais altos representantes a lucidez de conseguir sempre a sua anulação nos vários períodos, iniciados em 1936, através de muitos contactos e influências na corte e negociações que levaram a vila de Muge, a anuir a ser freguesia de Salvaterra, pois  não desejava pertencer a Almeirim. 

 O Alvará de 29 de de Agosto de 1863, outorga Salvaterra de Magos a voltar a Concelho, e normaliza a sua vida administrativa, com a tomada de posse de uma Comissão composta por; Luis Ferreira Roquette, Vicente Lucas de Aguiar, Joaquim de Menezes, José Xavier Pinto e António Elizeu da Costa Freire

 Um último sobressalto viveu o povo de Salvaterra, o Decreto de 1º de Dezembro de 1867, voltou a assolar este concelho com a sua extinção, faz-lhe companhia o concelho de Coruche, ambos vão pertencer ao concelho de Benavente, mas logo o Decreto de 18 de Janeiro de 1868, anula as decisões anteriores e tudo volta à normalidade até aos dias que correm.

 

292  JRG2012 Campa Vicente Lucas Aguiar 1995.jpg

 Verifica-se na leitura daquele estudo que Vicente Lucas de Aguiar, foi por três vezes Presidente da Câmara de Salvaterra, e exerceu os cargos de Vereador.  Também não nos passou despercebido o texto daquela V Revista Magos, o texto  -  O Poder Local e Municipal, sua Evolução ao Longo da História, um trabalho do Dr. Roberto Caneira.

 Em 1995, quando da limpeza do terreno anexo à antiga Capela Real, que tinha servido de cemitério e antes de Picadeiro Real, lá se encontravam algumas pedras tumulares e Jazigos, o espaço foi reservado à construção de um Auditório Municipal, uma decisão do executivo do Dr. José Gameiro dos Santos.  Com as obras aquelas pedras desapareceram, apenas as recordam algumas fotos que obtivemos na altura.

 Uma dessas campas rasas, era de Vicente Lucas de Aguiar, falecido em 13 de Setembro de 1889.  Recentemente voltamos a saber um pouco mais sobre ele, através do Arquivo Diocesano de Santarém.  No seu registo de Nascimento consta:  filho de Francisco Lucas D`Aguiar e de Marianna Ritta Pinto, moradores na Rua de S. Paulo, em Salvaterra de Magos.

 Á margem, nos Róis de Confessados, descreve-se parte da sua vida familiar.

*José Gameiro

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Nota: Foto com epígrafe recuperado pelo Autor

Bibliografia também usada:

Colecção “Recordar, Também é Reconstruir”                                                                                                                     

 – Caderno Apontamentos Nº 36  (3ª edição) * Autor: José Gameiro * Publicado em José Gameiro Issuu

https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_da_Silva_Passos

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Xavier_Mouzinho_da_Silveira

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Segunda-feira, 8 de Outubro de 2018

CRÓNICA DO NOSSO TEMPO ! * A Sorte do Barrete - Um uso em Foros de Salvaterra séc. XX

A SORTE DO BARRETE,

usada pelo povo de Foros de Salvaterra. ainda no séc. XX. Um dia, naquele ano de 1962, já namoradeiro fui até àqueles sítios para conhecer e ser apresentado a alguns membros da família da minha escolhida - especialmente avós e tios.

* Tive ali ocasião de assistir ( depressa me vi junto ao grupo de maridos//mulheres, filhos que serviam de testemunhas daquela cerimónia pública). a um pedaço de distancia.  Decorria a "sorte do barrete" o amigo de confiança; João Neves Travessa (João Serôdio), estava presente e chefiava o acto da partilha de um Foro, que contemplava toda aquela mão cheia de filhos/irmãos.

- João Serôdio, homem experiente naquelas partilhas, já tinha feito a medição do terreno em partes ( tantas quantas os herdeiros), segundo os pais ali presentes.

Sem nome Barrete.pngHouve que ter em conta o valor das benfeitorias existentes (poços, casas, celeiros, arvores, vinha, caminhos de acesso, palheiros, etc., que receberam valorização. .Os filhos foram perfilados do mais velho para o mais novo (1) e foi-lhe atribuído um numero. Depressa foram feitos iguais papeis do mesmo tamanho, onde lhes foi escrito um numero.. Enrolados (bolinhas), que foram introduzidas num barrete já mostrado a todos - estava vazio

* . Uma mão, agarrou o fundo, outra fechava a boca, e depressa; uma, duas, várias voltas - a operação para o sorteio estava feita.

* Do filho mais novo, para o mais velho. foram sendo tiradas as "bolinhas de papel" - no final aquele que tirou a parte do terreno e benfeitorias mais pequena, receberia de todos os outros a devida compensação, no prazo de um mês.  No final os progenitores, ofereceram um almoço aos filhos, e demais familiares convivas.

*Passando à posse do seu terreno, a legalização em termos oficiais, só acontecia após a morte dos benfeitores.

*Acontecia que por ali ainda havia gente a pagar décimas em nome dos avós, por falta de acordo e até desavenças, sendo o mais velho encarregado de fazer a "colheia" para o pagamento anual nas Finanças de Salvaterra de Magos.

*José Gameiro

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(1) - havia um filho já falecido, foi representado pelo descendente mais velho

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30.09.2018

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CRÓNICA DO NOSSO TEMPO ! * D. Maria I - A Rainha Louca, em Salvaterra de Magos

A RAINHA D. MARIA I - A LOUCA,

visitava Salvaterra de Magos, e aqui teve os seus primeiros sinais de loucura.

- O ano de 1734, estava a chegar ao fim, nasceu a 17, mas já se decoravam em Portugal, palácios reais e casa nobres, para a celebração do Natal.

- Deram-lhe o nome; Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança, filha do rei D. José I, e de sua mulher Mariana Vitoria. Nasceu em Lisboa, mas uns meses antes, na primavera, deu trabalhos a sua mãe – as indisposição desta eram constantes, que levaram as camareiras a solicitar a presença dos doutores, estava no Paço real de Salvaterra.

- Na sua meninice ganhou afeição a esta terra, D. Maria, aqui assistiu a acontecimentos que ainda fazem desta vila ser um marco na história de Portugal. O terramoto em Lisboa de 1755, também lhe deixaram marcas indeléveis – andou nas ruas ajudando o povo. Viveu o horror dos atentados que seu pai foi vitima. Casaram-na com o tio D. Pedro de Bragança – D. Pedro III.

D. Maria I.jpg- Em pouco mais de dois anos, viu morrer o seu marido, D. Pedro III, e um filho, tomou conta do trono de Portugal, porque sucedeu no trono, foi Rainha de Portugal e dos Algarves, que depois foi ajustado “Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves”. Não concordava com a governação do Ministro do seu pai – Marquês de Pombal, desterrou-o este para Abiul (Pombal)

- Os tempos conturbados que se viviam na Europa, graças à Revolução Francesa, marcaram de forma dramática a vida de D. Maria I, e foram-lhe roubando a paz de espírito e a sanidade,

- Numa dessas presença que fazia em Salvaterra, assistia no Real Teatro do Paço, a uma peça carnavalesca, teve de se ausentar um pouco antes de terminar a cena, tinha tonturas que a resguardaram alguns dias da azafama vivida no paço. Foram anulados compromissos de agenda, não recebeu embaixadores nem fez despachos. Em 1792, uma junta de doutores, fizeram reunião e anuíram a uma vasta petição – A rainha, foi considerada incapaz de governar por doença mental. Deu o seu lugar ao filho; D. João VI.

- Enquanto viveu em Queluz, era acompanhada nos passeios pelos jardins, pelas camareiras de maior confiança, levavam-na, não tinha vontade própria. Era vitima da troça, da gente da corte - lá, vai a Maria, com as outras !...

- Com o Rei, seu filho, embarca para o Brasil sob a ameaça das invasões francesas, em 13 de Novembro de 1807, É em terras de Vera Cruz que morre, em 1816 * A História portuguesa – deu-lhe o nome – A Piedosa.

 * José Gameiro

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Foto: Retirada da Internet - D. Maria I - A rainha

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1 de Setembro 2018

 

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CRÓNICA DO NOSSO TEMPO ! * A Construção do Cais da vala de Salvaterra de Magos

A CONSTRUÇÃO DO CAIS DA VALA REAL,

foi uma obra concluída entre 1941 e 1943.  Corria o ano de 1873, era tempo de Estio, as águas das marés do rio Tejo, que alimentavam em grande parte daquele tempo corria de mansinho não fosse a ondulação provocada pelos barcos fragateiros, que por aquela Sangria navegavam em grande fartura.

Na falta de ventos para desfraldar as velas, lá se viam os dois / ou três camaradas da trupulação puxando à sirga, enquanto os arrais manobravam o leme evitando qualquer embate no valado.

- O local para atracarem por vezes estava cheio das bateiras do pescadores Varinos, gente que vinha das terras de Aveiro, quando o inverno ainda dava fartura de peixe no rio. No séc. XIII, já eram conhecidos em Lisboa, no que veio a ser o Bairro da Madragoa.

No Inverno, não podendo pescar nas águas da Ria, atraídos pela pesca do sável, faziam uma safra de 6 meses, sendo conhecidos pelos Cagaréus. Por aqui tinham o ganha-pão, até ao tempo quente, dias que deixavam as casas, e voltavam para a Murtosa , Estarreja e Langoncha.

-Naqueles dias de calor, quando havia ponta de vento, de velas em popa, lá se viam os barcos, vindos de Lisboa, ladeados por alguns golfinhos emparedando as embarcações. Os seus saltos na água ainda salobra, eram lembranças dos anos 40 do séc. XX, que o Arrais Vicente Francisco, nos deixou.

A abertura da vala foi prevista no Foral de D. Dinis em 1295, para escoar as águas vindas da Ribeira de Magos até ao Tejo, que dava saída no Bico da Goiva. Não sendo construção natural, tinha o uso como trânsito do Comércio e do pescado, passando a ter grande influência especialmente no desenvolvimento económico da vila de Salvaterra de Magos.

3 Obras Novo Cais da Vala.png- Na área social, era por ali que a corte usava o seu trânsito, aportando num cais de atracagem em madeira. Com abertura lenta, que levou séculos, depressa aquela sangria de água, na troca de documentos sobre as autorizações dos gastos a li a efectuar, pelo erário do reino, passou a ser conhecida de vala real de Salvaterra.

Ao longo dos tempos os executivos municipais, não se cansavam de apelar à boa vontade do rei – já que os decisores dos cofres real, eram lentos, para se fazer a limpeza do leito daquela vala, como foi por volta de 1878, em que no verão, com as águas quase paradas, levou a população a sofrer um surto de doenças.

Dia Inverno - Fragateiros 1960.jpg

 Mesmo com a grande navegação diária, no porto da vila, que levava os barcos rio a baixo – rio a cima, até Constância e Rodão. Por volta de 1930, houve grande desenvolvimento nas pretensões do autarcas da terra, inicia-se as escavações do terreno para a obra de construção de um novo cais, previsto nas conversações.

- Houve um novo tempo de paragem, e só em 1941 se iniciaram os trabalhos, que ocupou algumas centenas de mulheres que transportavam as terras à cabeça em Gamelas, enquanto os homens trabalhavam na colocação de prumos redondos, “calcados” através de um tripé, A madeira usada foi cortada no pinhal do Gaspar Ramalho, com o solo bem nivelado em cima levou calçada – sem oxigénio, a madeira não ganha rebentos. Terminou por volta de 1943, com a conclusão da muralha. !.....

 *José Gameiro

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Foto:1) a/d  Apontamentos Históricos CMSM 1911-1951 e 2) do Autor

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31 de Agosto 2018

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CRÓNICA DO NOSSO TEMPO ! * Já Não Há Artesãos - Sapateiros em Salvaterra de Magos

JÁ NÃO HÁ ARTESÃOS-SAPATEIROS !

 - O ano de 2010, estava a meio. Estávamos em Junho, o sino da Igreja Matriz, tocou a finados, decerto não foi para lembrar aos fieis religiosos, que se comemorava o dia de São Beno de Meissen, que terá nascido em 1106, na Alemanha, mas convidava a população a acompanhar, ia a enterrar no cemitério da freguesia, Francisco Silva, de 91 anos de idade, sapateiro.

- Esta arte, à muito que era conhecida e afamada na vila, vinha de séculos, não era por acaso que o Jornal “A Gazeta de Lisboa” de 22 de Novembro de 1577, dava noticia que o sapateiro - António Carvalho, de Salvaterra, tinha sido autorizado a comprar 200 e tantos couros Arguim para a Casa Real. Também em alguns arquivos, documentação de 1788, é realçado os nomes dos mestres-sapateiro, nas profissões dos serviços das gentes da terra.

Com a morte do Francisco Silva, conhecido desde criança, pelo “Chico Pouca-sorte”, e o falecimento no Inverno anterior, do outro artesão - sapateiro; Manuel Lamarosa, deixou de haver sapateiros em Salvaterra de Magos.

 

Ultimo Sapateiro - Manuel Lamarosa 2008.png

 No dobrar do séc. XX, ainda eram para aí uns 50, com pequenas oficinas, ou à entrada da sua habitação, ali tinham banca das ferramentas, e sentados num banco, com prancha de madeira sobre as pernas, cortavam o couro, e lá coziam-no à mão a duas agulhas, fazendo pares de botas, ensebadas, que sendo para gente do campo, eram cardadas na sola. Também faziam calçado fino, que chegava ao botim de cavaleiro, pois os lavradores da terra, gostavam da arte do seu trabalho.

Raro era o mestre, que não tivesse um aprendiz (quase sempre um rapaz, que sofre-se deficiência, especialmente no andar) a família logo o encaminhava para este ofício, que era recatado e estar sentado num banco. Era de ver alguns com um corvo, ou uma gralha (amestrados) à porta de casa, que lá diziam algumas palavras a quem com eles mete-se conversa. Era uma graça !..

Oficina Sapateiro Francisco Silva (Xico Pouca-sort

 Entre eles, havia figuras que andavam na boca do povo, como: os Mestres; Paiva, João Ferreira, Vital Nuno Lapa, Manuel Gomes Serra, conhecido por Manel Gato e o seu primo Roberto Serra. Também o João Cipriano (o João Cochinho) que tendo uma perna amputada, usava uma de pau. A sua oficina ali ao pé do Armazém (taberna) de vinhos da família Henriques Lino, era ponto de encontro dos aficionados dos toiros.

- Quando o Jornal "Correio da Manhã" apareceu nas bancas portuguesas, estivemos a acompanhar um seu jornalista que fez uma entrevista ao "Chico Pouca-sorte".

*JOSÉ GAMEIRO

Nota: Mapa Estatístico - 1788 * 2) Manuel Lamarosa * 3) Oficina de Francisco Silva * Fotos do

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16 de Agosto 2018 ·

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CRÓNICA DO NOSSO TEMPO ! * A Origem da Creche em Salvaterra de Magos

A CRECHE - UMA  NOVA FORMA DE AS CRIANÇAS,

 de origem pobre terem apoio na sua guarda e educação.

  Estávamos em 1997, no dia 8 de Agosto, o executivo municipal, presidido pelo Dr. José Gameiro dos Santos, tomou a deliberação de conceder um galardão municipal, pelo mérito à Paróquia de Salvaterra de Magos, através da sua Fábrica da Igreja.

 Um mês depois o povo estava presente e assistiu ao início da festa, pelas 10,30 horas, do dia 8 de Outubro, foi descerrada a toponímia “ Rua Centro Paroquial”, uma via de trânsito que passava também a dar acesso ao património da Igreja, a sua Creche social.

 

3 Sem nome.png

 

A  outra festa, foi já no grande auditório daquele nova obra destinada às crianças onde vários  convidados foram oradores, tomando a palavra, quando da entrega daquela medalha de Mérito, pelo executivo municipal de Salvaterra de Magos. O  Pe. José R Diogo, ao criar em 1947, o Centro Paroquial – uma obra da Igreja,  tinha um anseio além dos bairros, outras obras sociais, entre as ajudas, recebeu a importante oferta de terrenos, do  Dr. José de Menezes e sua família, e firma; Jaime Valente, representada por Manuel Silva Valente.

Naquela cerimónia o Pe. Agostinho Teixeira de Sousa, responsável pela Paróquia, lembrou a inauguração daquele Creche, em 19 de Setembro de 1979.-

 

Sem nome  51.png

  Foi distribuído um volume, editado pelo Centro Paroquial, onde descre o percurso da obra daquele sacerdote, chegada a Salvaterra em 1947, os seus colaboradores e direcções ao longo dos anos são lembrados ali nas suas páginas. A Direcção de Maio de 1978 a Março de 1980;

 Director; Pe. José R Diogo* Secretário; José R Gameiro* Tesoureiro; José Martins dos Santos, dá continuidade à construção dos Bairros Sociais (1), e inicia as obras da construção de uma creche e jardim-de-infância com capacidade para 145 crianças, com idades dos 3 meses à idade escolar,  lembrança feita no discurso do Pe. Agostinho, que não deixa de chamar o então colaborador daquele Centro Social, José Rodrigues Gameiro e lhe oferece;  Uma Medalha de Agradecimento, com um exemplar daquele livro com a dedicatória:

“Ao antigo Director; José Gameiro, pelo trabalho e zelo dedicado ao Centro Paroquial, e pelo seu gosto na preservação do património cultural de Salvaterra de Magos”

 – Com amizade * Pe. Agostinho de Sousa.

 

 A ORIGEM DO JARDIM DE INFANCIA, COM A SUA CRECHE

 Segundo alguns registos vem com a iniciativa do Pe. Oberlin, na França, em 1767, e cerca de meio século depois, surge, na Escócia o método do Infantário.

 Este sistema, depressa é adotado pela Alemanha, Inglaterra, EUA e o Brasil em 1900, vai usá-lo como Casa dos Expostos – casa onde eram deixadas crianças não desejadas.

 Na Europa, esta forma de guardar as crianças na sua infância, continua a evoluir enquanto os pais ocupam muitas horas do seu tempo no mundo do trabalho.

 

 

618 Rua Centro Paroquial 1997.jpg A educação Infantil e escolar das crianças, depressa passou a ombrear com os cuidados originais de infantário.

 O jovem Joaquim Gomes de Carvalho, nascido em 1909, na cidade de S. Paulo, no Brasil, filho de pais portugueses emigrantes, vem para Portugal, estudar medicina em Coimbra.

Naquela Universidade, novos ventos sopram no ensino da formação de educadores das crianças nos Infantários e Creches.  As  áreas urbanas,- núcleos habitacionais  proliferam na orla costeira de Portugal, e o campo já vai dando mostras de ficar deserto - nota-se a falta dos avós e tias para cuidar das crianças.  Gomes de Carvalho, já licenciado e casado com D. Mariana Calado, instala-se com consultório em Salvaterra de Magos.  Nas suas intervenções públicas, na deixa de manifestar as suas preocupações quanto ao atraso que se manifesta na vila, na área do desenvolvimento das crianças, como são a falta de um Jardim Infantil e uma Creche, e  nas páginas de algumas revistas e jornais, deixou escrito os seus desejos.

*José Gameiro

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Nota:(1) – Com a instalação das famílias pobres nestes bairros sociais, foi o inicio de acabarem as barracas em Salvaterra de Magos.

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CRÓNICA DO NOSSO TEMPO ! * Inauguração da Estação CTT - Salvaterra de Magos

A INAUGURAÇÃO DA  ESTAÇÃO DOS CORREIOS,

 em Salvaterra de Magos.  O sistema de correios, com a distribuição de documentos escritos  tem as primeiras noticias por volta de 2400 anos aC, no antigo Egito.  No séc. II dC, os Romanos devido às suas incursões guerreiras, também tinham um serviço de distribuição de mensagens, usando já as estradas – chamadas curso público, com mensageiros que se revezavam durante as distâncias a percorrer.

 Nos séculos que se aproximam de nós na monarquia inglesa, regista-se o ano de 1066, que os Arautos andavam de lugarejo em lugarejo dando as notícias do rei.

 Em Portugal, a corte fazia-se anunciar e dava as suas noticias pelos mensageiros-arautos, que ao chegarem a cada povoado, no seu largo principal, tocavam uma Trombeta, chamando o povo.

 Mais tarde a distribuição do correio remonta a 1520, ano em que o rei D. Manuel I, de Portugal, criou o primeiro  serviço do correio público no pais,  e o cargo de Correio-Mor do reino cargo depois extinto pela Rainha D.Maria L de Portugal, em 1798.

 

Estação CTT - Largo da República 1960.png

 

Estação CTT - Inauguração 4.10.1960.png

 

Entre vilas próximas, o correio de Benavente vinha a Salvaterra, de cavalo, duas vezes por semana e entregava o correio no edifício do Secretário do Paço Real da vila, de regresso as mensagens particulares/ ou oficiais eram entregues na Câmara Municipal.

 O Correio vindo de Santarém, com uma viagem de ida e volta por mês, fazia-se através da estrada do meio, junto à ponte da vala real – o único caminho de ligação àquela cidade, Passava por terras de Muge, Benfica, e saía a meio das terras de Almeirim, dando acesso ao Vale de Santarém. Era por aí que o Juiz de Fora (Santarém) fazia a sua viagem a cavalo, com um animal  de carga, atrelado para fazer os julgamentos – os processo estavam à guarda municipal.  Com a República em Portugal, em1911, aparece a empresa do estado, CTT - Correios, Telégrafos e Telefones. As sedes dos concelhos passam a ter casa própria para este sistema. Em Salvaterra, é instalada na rua Direita (1), ali ao lado da Botica do senhor Albano Gonçalves.  A sua passagem por volta de 1930, para o edifício pombalino, no praça principal da vila, passou a ter  um móvel com estante ,onde uma operadora, metia uma cavilha num orifício e fazia a ligação já existente, e que algumas casas da vila já possuíam.   A senhora D. Bárbara Maria, fazia a entrega dos telegramas- ganhando um gratificado dos interessados. O carteiro, Gaspar Maria Alexandre, fazia o giro da distribuição do correio de manhã, com a sua saída deu a vez a Henrique da Graça. Tempos houve que o correio também era distribuído aos Domingos e Feriados, onde se usava tarefeiros.

 Através do Engº Gama Prazeres ( engenheiro das obras daquela empresa), vivendo em Salvaterra, depressa localizou uma antiga oficina de ferrador (ali em frente aos bombeiros), e no dia 4 de Outubro de 1960, foi a sua inauguração.

 

 *José Gameiro

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 Nota: (1 )–  o Médico Dr. Marçal Correia, chegou a ter consultório naquele espaço

 *Publicado:

 Faceboock – José Gameiro

 4.10.2018

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CRÓNICA DO NOSSO TEMPO ! * O ZÉ DOS SANTINHOS

 CRÓNICA DO NOSSO TEMPO !

QUANDO O ZÉ DOS SANTINHOS – MISTURAVA,

a venda de artigos Religiosos com outros produtos.

 O séc. XX, tinha dobrado à um ano, o Outono já dava mostras  da sua chegada  – havia dias que chovia.  Era tempo de iniciar um novo ano escolar.  Manhã cedo, uma meia dúzia de mães estavam com os filhos junto ao grande portão de madeira, esperando a abertura da escola.

- Alguns com bata branca vestida, e com uma pequena mala de cartão, outros traziam um saco de linhagem – onde tinha a pedra para escrever, alguns cadernos, livros de leitura e geografia.

- Entre os novos alunos daquele ano, estava o Manuel Farinha dos Santos, já conhecido entre o rapazio das barracas pelo “Manel dos Santinhos”, estava acompanhado pelo pai – José dos Santos.

 - Este, tinha chegado havia poucos anos a Salvaterra de Magos, foi ocupar uma barraca vazia atrás do cemitério. Era homem de poucas falas, e os vizinhos não sabiam de onde tinha vindo com a família.

 Sendo portador de deficiência arrastava a perna esquerda, necessitando de uma bengala para se movimentar.

- A chamada dos novos alunos foi feita pela empregada; Joaquina Magalhães, que nos foi indicando as carteiras em madeira.

Os 40 alunos já sentados – 2 a 2 ( foi meu companheiro; Manuel Marques Francisco), estavam calados -  o barulho não se ouvia na sala.

 - Com a entrada do professor; Armando Duarte Miranda, homem usando óculos de lentes grossas, e penteado com o cabelo escorrido na cabeça, todos se levantaram, e disseram bom dia – em coro !...

- A empregada Magalhães, já nos tinha ensinado tal forma de cumprimentar  o nosso docente, e assim iniciamos o primeiro dia de aulas de uma nova etapa das nossas vidas.

- Em 1957, quando entrei no mundo do trabalho, na Central das carreiras, estas ainda paravam no Largo do Lopes, em frente à escola primária “O Século”, o José dos Santos, chegava sempre pela manhã, algum tempo antes de  apanhar o transporte, que o levaria a Benavente – seu local de venda.

 Era de vê-lo, de casaco vestido e boné na cabeça, apoiando-se na bengala, com uma pequena mala de cartão/ ou por vezes com um saco na mão esquerda.  A tiracolo, tinha dias que usava um saco onde tinha uma “bucha” para comer durante o dia.

-  O José dos Santinhos, como era conhecido por aqui nestas terras vizinhas,  sentava-se num banco daquele jardim, e logo ai tinha clientela. 

 O seu negócio, era pelas ruas de Benavente, e sendo de pequena monta; tinha na mala alguns baralhos de cartas, fotos com pornografia, calendários de bolso, e no campo religioso não deixava de ter; fotos de santos, crucifixos e terços.

Jose dos Santinhos.png

 -  Os pequenos “botões” de cortiça que vendia, eram velas (para colocar  num copo com azeite,  onde o pavio se conservava durante horas a arder, guardava – os num pequeno saco.

 - Alguma clientela; já homens feitos, ao ouvido falavam-lhe nas pequenas caixinhas com preservativos, tinha-as guardadas nas algibeiras interiores do casaco.

- Ao cair da tarde, de regresso daquela vila vizinha, lá estava ele perto da ponte (nos arredores da Pensão Grilo) na esperança de uma boleia, que não tardava, deixando- o em Salvaterra, na estrada em frente do Cemitério.

-  José dos Santinhos, ao iniciar a caminhada pela areia solta, até à sua barraca passava ao lado do  Forno da Cal, mas ainda tinha tempo de beber uma boa “golada de água”, na torneira do fontanário construído, junto à taberna do João da Quinta !.

*José Gameiro

Nota: Foto usada – Livro “Benavente: A fotografia na 1ª metade do século XX” – edição CMBenavente

*Faceboock – José Gameiro

06.10.2018

 

 

 

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