Homenagem publica, que teima em não chegar. Pedir tão pouco, para quem deu tanto. Quase sempre, nunca, ou tardiamente, as pessoas sabem ser agradecidas porque os seus preconceitos ultrapassam os desejos. Um pequeno Busto em pedra, num Jardim Público . chegava!..... Na população de Salvaterra de Magos, Tal como eu, ainda existem gerações que o conheceram e, assistiram à sua benemerência que, ele soube distribuir dos haveres que tinha, pelos pobres seus concidadãos. Até agora o poder político da nossa terra, não soube, ou não quis prestar-lhe a merecida homenagem pública. Gaspar da Costa Ramalho, nasceu no dia 20 de Outubro de 1868, em Salvaterra de Magos, viveu na atual rua Alm. Cândido dos Reis (antiga rua de S. António/ ou rua de Baixo), onde construiu casa solarenga para a família. Foram seus pais; José de Sousa Ramalho e Joaquina Victoria. Uma vida de 94 anos, onde uma fortuna recebida de seu tio e sogro, José Vicente da Costa, fez dele um grande lavrador, com propriedades nos concelhos de Azambuja, Vila Franca, Benavente, e na sua terra natal - Salvaterra. de Magos. A sua imensa riqueza foi gerida com sabedoria e benemerência humilde. Quando do terramoto de 1909, as populações de Samora Correia, Benavente e Salvaterra, sentiram os seus efeitos devastadores, mas Gaspar Ramalho, chamou a si um grupo de pessoas de boa vontade e, depressa se deu inicio, ao necessário apoio ao povo carecido. Dez anos depois, em 1919, na construção da Praça de Toiros, quando a “Comissão Construtora” se debatia com dificuldades financeiras para concretizar o que esperava ser uma realidade, logo um “anónimo” suportou os valores em falta. Soube-se mais tarde que com mais este ato generoso, contribuiu ajudando aqueles que estavam empenhados na construção do belo edifício tauromáquico, que Salvaterra tem à entrada da vila, hoje considerado um ex-libris da terra. Não ficou por aqui o seu apoio, pois quando do ciclone, de 15 de Fevereiro de 1941, logo chamou a si o encargo das despesas da construção das novas bancadas em cimento, tendo Jorge de Melo e Faro (Conde de Monte Real), e sua esposa, suportado a reconstrução das paredes daquela praça Com o seu coração sempre preocupado com o bem-estar dos desprotegidos da sorte, no início dos anos 30, o espaço cultural da vila, foi enriquecido com a construção de um Cine-Teatro. Foi uma obra que, utilizando alguns dos seus celeiros, na rua Machado Santos – antiga rua S. Paulo – a ofereceu aos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos. Já muitos anos antes, por volta de 190
0, construiu uma grande adega e armazéns, aproveitando as ruínas do que foi o Palácio das Damas, com frente para o actual Largo dos Combatentes. Continuando a pugnar pelo bem estar da população, nunca esquecendo os mais necessitados, em 1935, cria a “Casa do Povo de Salvaterra de Magos”, onde tomou lugar de Presidente da Comissão organizadora e, depois da sua legalização foi Presidente da Assembleia Geral, durante alguns anos. Para o efeito utilizou uma sua casa na Rua Cândido Reis, junto ao palácio do Barão, e ofereceu à Instituição durante anos o valor de renda que, na altura era de 600$00 anuais, e os encargos de um funcionário administrativo. Como a sua maneira de estar na vida era de grande humildade e descrição, todos os anos conseguia retirar da sua imensa fortuna os valores que pudessem minorar as carências dos mais aflitos. Aos cortejos de oferendas promovidos pela Misericórdia, local, que na década de 1950 ainda se realizavam, Gaspar Ramalho assumia a sua responsabilidade de cidadão, ofertando grandes quantidades de produtos agrícolas para leilão. Uma outra oferta, também ficou emblemática, na obra filantrópica de Gaspar Ramalho, por volta de 1936, mandou construir e ofertou aos Bombeiros Voluntários de Salvaterra, um grande e moderno edifício de primeiro andar que, viria a servir de quartel e sede à corporação. No andar de cima foram instalados os serviços administrativos, bar, e salão de Festas, servindo este para ensaios da Banda de Música. Em baixo, o grande espaço foi destinado a aquartelamento e recolha de viaturas. Gaspar Ramalho, faleceu a 13 de Junho de 1962 e, o seu corpo recolheu ao repouso de um jazigo da família no cemitério da terra que o viu nascer - Salvaterra de Magos. Deixou em testamento, benesses repartidas pelas instituições, que em vida já vinha apoiando. Estava no esquecimento, 37anos após o falecimento, iniciei na comunicação social, um pequeno pedido aos autarcas da sua terra. Deixassem de ser ingratos, atribuíssem pelo menos um nome de rua da vila. Foi uma cruzada, mas ninguém me escutava. Um dia chegou a discussão no foro autárquico, mesmo assim, vários arruamentos lhe foram destinados – nada foi concretizado. Na década de 80, do século XX, lá foi atribuída a sua toponímia a uma rua, que terminava nas novas instalações da Misericórdia local. Uma lembrança de um busto, que perdure num espaço público seria uma homenagem justa, mesmo humilde (como ele foi em vida) – Gaspar Ramalho, merece-o – Ainda se está a tempo!.. JOSÉ GAMEIRO
HOMENAGEM A JOÃO ANDRÉ
(Póstuma)
Eramos amigos!...
Durante muitos anos, especialmente quando passou a ter mais disponibilidade de tempo, além dos Poemas e Pintura, a arte de moldar o barro e o ferro, ocupavam-lhe o gosto que vinha de criança. Passou a ser convidado a ir às escolas mostrar os seus trabalhos - dai ser conhecido "Mestre" João André. As exposições também tiveram a sua participação.
No meu Livro/Apontamentos Nº 32 "Artesãos, Escritores e Pintores", da Colecção "Recordar, Também é Reconstruir" não deixei de lhe dedicar algum registo. onde consta:
"Em 1985, quando do arranjo do espaço ajardinado, das actuais instalações da biblioteca municipal, foi-lhe pedida a construção de dois motivos, que recordassem a vida marítima da vila, e a rural do concelho. A obra foi feita em pedra de lioz e João André, ofereceu-os, ao município de Salvaterra de Magos", e colocadas no Jardim da Biblioteca Municipal. Foi uma resposta ao então Presidente da Câmara Municipal, Dr. José Gameiro dos Santos,
para recordar duas grandes actividades laborais da vila, que no dobrar do séc. XX, estavam a perder uma plenitude que vinha de séculos.
Em 1997, outros autarcas vieram: Ana Ribeiro, Dr. João Oliveira e João Abrantes, eram as suas pedras base. A orientação política do municipio mudou. O Dr. João Oliveira, ocupava o cargo de Vereador da Cultura, e depressa os trabalhos de João André, foram retirados do lugar e encostada a uma parede do Jardim.
As duas pedras estiveram aí largos meses, até que desapareceram. João André, pesaroso, inconformado, comentava comigo, andar à procura das suas Pedras de Lioz, para as recolher, mas não tinha qualquer resposta do executivo municipal. Um dia encontrou as suas Pedras, num local da câmara, onde eram guardadas "as coisas velhas" do município, comunicou-me a sua recuperação, e que já as tinha colocado em frente da sua casa, no Bairro da Chesal - Convidou-me a ir vê-las. Com estavam lindas, depois de bem lavadas e conservadas!....
O Mestre João André, veio a faleceu em 2012.
JOSÉ GAMEIRO
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