Até à pouco tempo, até aprender sozinho a “mexer” no Pc, não tinha câmara de fotos digital. A minha primeira câmara (máquina) de obter fotografias, usava o filme em celuloide. a preto e branco, quando os negativos eram revelados ficavam com uma dimensão quadrada. - ainda tenho esse precioso objecto, comprado talvez por volta de 1964. Com o decorrer dos anos apareceu no mercado os filmes para fotos coloridas.
Quando colaborador do Jornal “Aurora do Ribatejo”, com redacção em Benavente, além dos textos juntava algumas fotos para ilustrar os mesmos. Um dia passei por lá e fiquei admirado, pois no vão da janela (primeiro andar), existiam empilhados, uma boas centenas de pequenos cubos em madeira, tendo numa das faces, colada uma chapa em ferro, com uma foto reproduzida ( era o negativo usado na tipografia), na feitura do jornal. Perante a minha curiosidade, o director; ofereceu-me uma que reproduzia, uma pega de cernelha, feita pelos forcados, Nuno Assunção e José Alberto Pastoria. Uns anos depois, quando o jornal “Diário do Ribatejo” , com sede em Santarém , passou a Revista Mensal, com redacção em Rio Maior, fui até lá, e tive oportunidade de ver uma sua edição ser feita numa gráfica da terra. A técnica aí era diferente, além dos textos. Os originais das fotos passavam a uma cópia (negativo) em chumbo, este depois de usado, era derretido quase em simultâneo para uma reciclagem.
Um dia fiz uma reportagem para a Revista de “Columbofilia”, precisei de uma foto de um pombo-correio, campeão, tive a ajuda do barbeiro e fotografo-amador, Alexandre Cunha com a sua Kodak, com negativos em vidro. Em 1989, o director da Revista “Concelhos de Portugal”, veio a este concelho, e dedicou-lhe uma edição com o título “Salvaterra de Magos através do Tempo”. Foi-me pedida ajuda na cedência de alguns originais de fotos, a sua devolução para espanto meu, foram negativos em chapas de ferro, pois a gráfica que as utilizou, tinha-as usado naquele sistema. Sendo cerca de uma vintena daquele material, estão guardadas na minha garagem, numa caixa de sapatos e pesam cerca de 5 Kgs. Quando da feitura da 1ª edição do meu Livro “Salvaterra de Magos – Uma vila no Coração do Ribatejo”, entreguei os textos feitos em máquina de escrever, e as fotos. Um envelope, é o local escolhido para a guarda das fotos (coloridas),com as cópias dos negativos desdobrados em 3 cores: vermelho, amarelo e azul.
Já em 1997/2001, quando estive como chefe da Redacção do Jornal “Vale do Tejo”, com sede aqui em Salvaterra de Magos, uma nova técnica era usada na feitura do seu original. Na redacção, o jovem Bruno Portugal, no computador, dominando bem a informática, dava corpo às páginas deste quinzenário (devido ao grande numero de leitores depressa passou a semanário), depois outras duas fases esperavam este periódico. Obtidas que eram os originais, em folhas A3 (tipo plástico transparente) numa impressora na Escola Profissional, o Prof. Mário Gonçalves, seu Director –Adjunto, fazia uma revisão aos textos, e por fim o mestre em Artes Gráficas – Prof. António Pepe, fazia uma última composição gráfica, dos tamanhos de cada coluna (onde por vezes usava uma lente ocular). E nessa noite em poucas horas, o “Vale do Tejo” estava impresso e posto no correio para os seus leitores.
Bons Tempos!....
JOSÉ GAMEIRO
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