Quarta-feira, 30 de Abril de 2014

Crónica do Nosso Tempo - O Rei Filipe III, esteve em Salvaterra!....

 Portugal, esteve sob  de realeza estrangeira, em 1640, o povo voltou a senhor do seu destino.  de  rei Filipe III, de Portugal, iniciou a sua visita ao país, saindo de Madrid a caminho de Évora.  No entanto segundo o relato da compilação de alguns historiadores, o Monarca iniciou a saída no dia  22 de Abril 1619,  de Madrid, rumo a Badajoz.  Havia já alguns anos que o rei vinha prometendo aos portugueses tal visita, pois em Espanha, existia sempre alguma contrariedade para o seu adiamento.  Como amante de passatempos de pesca e caça, sempre programou a sua passagem por Salvaterra de Magos, pois a sua Coutada era muito referenciada nos salões das cortes da restante Europa.  Não fez a visita a caminho de Lisboa.  Em Maio, grandes chuvadas, não permitiram a passagem da comitiva na Ribeira de Coruche.  

     Só no regresso a Espanha, não deixou de visitar Salvaterra, onde esteve alojado no seu Paço real, dois dias (7 e 9 de Outubro), onde praticou  de manhã a caça aos Javalis, que existiam na Coutada, no sitio do Vale do Grou, e de tarde despachou assuntos do Reino, na secretaria instalada ali numa pequena artéria da povoação, a escassos metros de uma bonita fonte.  Nos anos que esteve prometida a viagem, foram angariados fundos em Portugal, entre o povo para custeá-la, evitando assim gastos aos cofres da União Ibérica.

 

 

 

 

 Algumas obras foram feitas no país, segundo o intenerário traçado da passagem, para seu apreço da riqueza patrimonial, sendo as de maior vulto as de Lisboa.  Alguns cronistas, registam que será daquele tempo, que o Paço de Salvaterra, teve obras de conservação, e na antiga Ponte da Vala, foram colocadas, nos seus arcos, corta águas em pedra,  para “amanssar” as fortes correntes de àguas revoltosas em tempos de cheias, que alagavam os campos vindas do rio Tejo, mesmo ali a beijar a povoação.

 Portugal, esteve sob o dominio estrangeiro,  durante várias décadas, e em 1640, o povo voltou a senhor do seu destino.

 

JOSÉ GAMEIRO

publicado por historiadesalvaterra às 15:34
link | comentar | favorito
Quarta-feira, 16 de Abril de 2014

CRÓNICA DO NOSSO TEMPO - OS TANQUES DE LAVAR ROUPA!...

Os Tanques / ou Poços de água, de Lavar a Roupa.

 

 Decorria o século XX,  estando muito próximo de chegar a meio, a população mais pobre da vila de Salvaterra de Magos, especialmente a rural socorria-se dos Tanques/ou Poços de água, abertos pela mão do homem, nas cercanias da vila. Alguns vinham dos finais do séc. XIX,  como se contava entre o povo  mais velho.

 Aos, Domingos, quem como eu, criança de 5 anos, por volta de 1949,  em passo largo acompanhava a minha mãe,  com um alguidar de barro à ilharga, e uma lençol à cabeça cheio de roupa, a caminho dos Tanques/ou Poços existentes no canto dum espaço de terreno, que talvez fosse baldio, mesmo ali em confronto com uma parcela de nome Rego, pertença da familia José de Menezes,  não encontrava motivos para tanta pressa, mas o sol à muito tinha nascido. Morávamos na rua dos Arcos (1), e num ápice percorremos a estrada de cimento (EN 118), e no caminho de terra, de acesso ao local, como em carreiro, já outras mulheres com os filhos pela mão, iam para os Tanques.  

 

 

 

     O meu avô António Pataco, já  por ali vigiava as suas vacas leiteiras, pois morada mesmo ali, numa barraca, em terreno do antigo patrão – José de Menezes.

Tal como no Rego, outros locais existiam para lavar a roupa; Estrada dos Marecos, Estrada da Peteja,  Estrada da Ponte de Pedra, mesmo ali ao pé da Falcoaria.

 Os Tanques/ou Poços de água, tinham na época, grande valor simbólico daquelas mulheres. Uns foram já deixádos por familiares, outros abertos

 pelos seus homens, outros comprados a familias que os deixaram de usar.  Eram a sua riqueza, envaidecidas, comentavam entre elas:  Já lavei a roupa toda, já está a corar, estendida pelo chão. Quando o dia ia a meio, lá diziam umas às outras, vou “ num instantinho” a casa, por àgua no chão da casa ( pavimento de terra de aluvião preto, que ficava a brilhar, enquanto fresco), dar de comer ao home e aos filhos.

 

 

 

 Uns anos mais tarde,  vivendo eu, no Batoréu da Capela, quantas vezes, brincando com o rapazio lá da rua, ao cair da tarde,  lá via rua abaixo, desde a Câmara, as Lavadeiras;  Apolónia Côdea e Lucinda Café. A Senhora Apolónia, muitas vezes, vinha acompanhada da sua pequena Neta – de nome Ana. Chegavam com grande Troucha de roupa, à cabeça já lavada  e pronta a ser passada a ferro, pois trabalhavam à peça para as pessoas da terra, com economias mais desafogadas.  Vinham desde os Marecos a pé, e no dia seguinte – na rua lá assopravam uma pequena fogueira de lume, para fazer brasido, para aquecer os ferros de engomar, para à tarde entregarem o produto do seu trabalho.

 Os Tanques/ ou Poços de água,  eram construções arcaicas, quem qualquer valor arquitectónico, mas durante gerações marcaram a vida de um povo.  Recorrendo a uma ou outra fotografia, que Alexandre Cunha, me deu por volta de 1957, não deixo de         “recuperar na minha memória a sua configuração”, e aqui mostro para que os meus leitores daí façam uma ideia, do que era aquela riqueza do povo.

  Aqui fica para que conste!.....

 

 *******

(1)    - Actual rua Heróis de Chaves –  No espaço  agora ocupado pela Estação Rodoviária, existia uma pequena casa, onde nasci e vivi até aos seis anos,  Mais tarde, em 1957, voltei lá para iniciar a minha vida profissional, como empregado das Carreiras (em 1964,  foi construída aquela nova urbanização, que inaugurei).

 

JOSÉ GAMEIRO     

publicado por historiadesalvaterra às 14:39
link | comentar | favorito

.mais sobre o autor

.pesquisar

 

.links

.arquivos

. Dezembro 2023

. Junho 2023

. Abril 2023

. Fevereiro 2023

. Janeiro 2023

. Maio 2022

. Abril 2022

. Março 2022

. Fevereiro 2022

. Janeiro 2022

. Novembro 2021

. Setembro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Fevereiro 2021

. Dezembro 2020

. Setembro 2020

. Julho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Agosto 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Abril 2019

. Março 2019

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Abril 2016

. Setembro 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Março 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Outubro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Dezembro 2010

. Outubro 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Abril 2008

. Dezembro 2007

. Outubro 2007

. Setembro 2007

.tags

. todas as tags

.Dezembro 2023

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
28
29
30

31


blogs SAPO

.subscrever feeds