Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013
DR. ROBERTO CANEIRA
No dia, 10 de Junho de 1974, nasceu na freguesia da Glória do Ribatejo, concelho de Salvaterra de Magos, ROBERTO MANUEL MONTEIRO CANEIRA.
Depois da escolaridade, que frequentou na sua terra, terminou o seu cursona Universidade de Évora. Colocado na Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, É no seu arquivo histórico, que tem desenvolvido uma intensa atividade de pesquisas, trazendo à luz do dia o conhecimento de documentos, que de outra forma permaneceriam na penumbra. Homem, simples no trato e de grande humildade, o Dr. Caneira, depressa “arrolou” uma enorme agenda de amigos, que a ele recorrem para as suas necessidades não só do âmbito acadêmico. No Departamento onde trabalha, Centro de Interpretação e Educação Ambiental do Cais da Vala, um departamento de cultura daquela autarquia, periodicamente não deixa organizar, mostrando grande empenho nos contatos que faz com pessoas, para enriquecer algumas exposições sobre atividades, que um dia foram de grande desenvolvimento socioeconômico, da vila/ ou mesmo no concelho, e agora pertencem ao seu passado, mesmo que ainda recente.
O Dr. Roberto Caneira, não deixou de colaborar, nas edições que se fizeram sobre a terra, como:
“O PALEOLÍTICO DA GLÓRIA DO RIBATEJO”,
(Cadernos Culturais – 1), editado em 1998, de que foi o autor. Trabalho que recebeu a colaboração na área das ilustrações por parte de um seu conterrâneo, Leonardo Charréu.
Prefaciou o Caderno, Volume 2 “OLHARES DO PASSADO”, Glória do Ribatejo, um trabalho de recolha fotográfica, a preto e branco, das décadas 50/60, de Margarida Ribeiro, editado em 1999 e também deu a sua colaboração em algumas publicações com: “ESTUDOS SOBRE GLORIA DO RIBATEJO”, Edição de 2001
* Folhetos das exposições anuais da “Associação para a Defesa do Patrimônio Etnográfico e Cultural de Glória do Ribatejo”, onde um Museu tem grande relevo na preservação da cultura daquele povo gloriano.
* Atas com o titulo “PELO TEJO ROMANO”, no Politécnico da cidade de Beja, onde fala sobre a presença romana no Porto Sabugueiro (Muge) do concelho de Salvaterra de Magos.
Edições de livros por si organizados e postos à aprovação da edilidade salvaterriana, tem sido uma das suas preocupações, e já saíram entre outros – O SISMO DE 1909 * SALVATERRA DE MAGOS, MEMÓRIAS DE UM CONCELHO, edição especial incluída na divulgação da Falcoaria * OLHAR SOBRE O CONCELHO DE SALVATERRA DE MAGOS, 2001 * CHEIAS EM SALVATERRA DE MAGOS, 2010.
JOSÉ GAMEIRO
Segunda-feira, 7 de Outubro de 2013
VICENTE FRANCISCO
Arrais de navegação no Rio Tejo, nasceu no lugar de Amoreira, freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Abrantes. Filho de Manuel Rodrigues Francisco. Ia fazer 10 anos de idade, quando em Março de 1922 teve o primeiro contacto com a vida de maritímo, nas águas do Tejo. Em 21 de Julho de 1932, fez exame para Arrais de embarcações de tonelagem superior a 20 toneladas, que navegavam no rio.
Muito jovem, em 1943, veio viver com a família para Salvaterra de Magos, onde o trabalho abundava no seu cais da Vala Real, onde o Porto Fluvial tinha registados grande quantidade de embarcações que eram conhecidas por Fragateiros. O seu barco, fez muitas viagem rio acima, para além de Santarém e Lisboa, Setubal e Barreio, também eram locais de descarga. Pouco literato, no entanto ao longo dos anos, registava em pequenos cadernos toda a sua vida de maritimo navegante no Tejo. Grandes acontecimentos, ali tiveram lugar, como cheias e outras calamidades onde o Ciclone teve lugar de destaque, visto as embarcações disponíveis terem dado apoio em várias situações de apuros nas populações ribeirinhas.
Um dia, por volta de 1970, Vicente Francisco, deu-me algumas informações para o Jornal “Aurora do Ribatejo”, foi o ponto de partida para uma longa amizade. Mostrou-me alguns cadernos de apontamentos, a que dei forma a uma caligrafia atual, com intenção de um dia os publicar.
O tempo passou, um dia aportou ao cais de Salvaterra, Carlos Salgado (sócio fundador da Associação dos Amigos do Tejo), tendo recebido do Arrais Vicente grande ajuda, e com o entabular de conversa, viu que ali naquele homem já reformado das lides marítimas, havia grande manancial de histórias, que poderiam vir a conhecer a luz do dia. Recebeu vários apoios, e 1987 a edição do livro “Recordações da Navegação”, teve distribuição publica, na biblioteca municipal de Salvaterra de Magos.
Em 1996, o presidente da Câmara Municipal, Dr. José Gameiro dos Santos, com o apoio da Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo, levou a cabo uma outra edição do Arrais Vicente Francisco, esta já com a ortografia atualizada para os dias correntes. No dia 24 de Fevereiro, em sessão solene, nos Paços do Concelho, fez-se o lançamento do novo livro do Arrais Vicente Francisco. Antigos camaradas de profissão vieram de Benavente, juntando-se a muitos outros que encheram a sala por completo. Tempos depois houve necessidade fazer-se uma 2ª edição da edição “Cantos do Tejo”, ficando assim naquelas duas edições de Vicente Francisco registadas as suas memórias - um navegante do Tejo, rio que deixou de ser navegável pelos barcos Fragateiros, deixaram de existir.
JOSÉ GAMEIRO