Havia algum tempo, que uma equipa de técnicos da H.E.A.A. (Hidro Elétrica Alto Alentejo), vinha esticando cabos, pelas ruas e Largos da vila. A Câmara, através do seu Zelador Municipal, José Miguel Borrego, deu trabalho a uma dúzia de homens da terra, que de pá e picareta na mão, lá abriam grandes buracos, onde eram colocados postos redondos de cimento, e uns outros mais estreitos com buracos, onde nuns e noutros eram colocados candeeiros, pelos eletricistas daquela empresa.
O presidente abriu a discussão da câmara, com o assunto que à muito vinha “sussurrando ao ouvido” os amigos nos seus encontros de fim de tarde, na Loja do Zé Sabino. Desvendou ali o seu “segredo” era marcar o dia da inauguração da luz elétrica na vila, com o programa festivo, sendo aprovado.
Naquele dia festivo de 28 de Novembro, as entidades oficiais, que foram convidadas foram recebidas pelos bombeiros e banda de Música nos paços do concelho. No salão da câmara, foi servido um Porto de Honra, que foi extensivo ao povo que os recebeu, em frente aos paços do concelho.
Uma hora depois da sessão solene, foi distribuído um bodo aos pobres, até ao valor de quinhentos escudos, suportados pela municipalidade, conforme constava no programa da festa.
Com a presença dos bombeiros e da banda de música, na EN 118, junto ao Matadouro Municipal, uma cabina em cimento, construída pela Hidro Eléctrica, foi inaugurada, com grande salva de palmas pela multidão ali presente, passando a fornecer luz elétrica à vila de Salvaterra de Magos, eram onze horas da manhã.
A direcção da Misericórdia local, também se preparou para tal novidade, visto que desde Janeiro, tinha feito um contrato no valor aproximado de 120 contos de réis, com uma firma de Lisboa, que instalou em todo o edifício do Hospital,, nas paredes e tectos, nova instalação para receber eletricidade, visto que ultimamente era usado o petróleo, que já uns tempos antes tinha substituído os candeeiros de carbureto, que se tornara insuportável no preço.
JOSÉ GAMEIRO
Há quem não goste do dia 13. Fazem até figas, algum Presságio ou infortúnio marca a sua vida - dizem !....
Para mim é um dia marcante - Foi o dia que foi aceite o meu namoro - Uma data, com meio século de vida.
Estamos em Junho, época dos Santos Populares – S. António, S. João e S. Pedro. As festas populares, estão enraizadas em Lisboa e no Porto.
Em tempos, que não estão muito longe de nós, constituir família, era uma realização pessoal, um dogma na crença dos ensinamentos do cristianismo. Quem não queria casar pelo S. António? O já extinto vespertino de Lisboa, Jornal Diário Popular, em 1958, teve a iniciativa e manteve por alguns anos os casamentos de Santo António.
Usando a tradição religiosa, no dia do santo padroeiro de Lisboa, organizava o matrimónio de grupos de noivos ajudava-os na concretização dos seus sonhos. O Comércio, a Indústria e os Serviços, apoiando a iniciativa viram ali uma forma de publicidade dos seus produtos.
Os noivos mais carenciados, recebiam todo um conjunto de ofertas para um lar, que de outro modo andariam anos a fio a mealhar. Este juntar de dinheiro dos futuros nubentes, durava muitas vezes o tempo de namoro, que sendo pré- condição para o ato de passarem a serem respeitados numa nova vida social. O namoro enquanto durava, servia para cimentar um amor profundo, muitas vezes sem implicar qualquer tipo de intimidade, iniciado com a troca de um olhar cheio de ternura, sendo o pedido do compromisso pelo pretendente, feito através de uma carta, mesmo vivendo na mesma rua, ou no mesmo prédio. O Carteiro sendo o mensageiro, era um fiel guardador de tal segredo, que unia duas almas.
O desejo de se ter uma família onde o virtuosismo de ambos em se compreenderem – mesmo nos momentos mais dolorosos, porque passa um casamento, viria a culminava no final das suas vidas - viver entre a prole de filhos, netos e algumas vezes de bisnetos. Naquela época, era assim completa felicidade encontrada.
Nos dias que passam, este ato cívico, tem outro tempo. Não tem qualquer sentido existir, para as novas gerações, não se reveem naquele cerimonial, onde o noivo à porta da Igreja, espera que lhe seja entregue a noiva, com seu vestido nupcial e ser levada até ao altar, num cortejo que só se faz uma vez na vida.
Vive-se o prazer de uns idílicos dias de paixão. Tem-se um companheiro. Vive-se anos a fio – uma vida conjugal, perante a sociedade, com o ( eu, vivo com o meu namorado) , união fruto dum fogaz encontro , onde existiu uma breve conversa, ou um copo de bebida de permeio, num bar qualquer, numa festa em que os presentes ali presentes se falaram pela primeira vez.À mais pequena contrariedade familiar, lá está a desunião mostrando as malas à porta, com a maior parte das vezes acompanhadas de pequenas crianças, que na reviravolta estão entregues aos avós, esperando os progenitores por uma nova união de fato.
Nos últimos anos a televisão e a Câmara de Lisboa, porque S. António, tem na cidade os seus devotos, voltaram a recuperar estes casamentos.
É Uma festa televisiva. É uma festa popular!....
O Padre Manuel António Naia da Silva, nasceu em Salvaterra de Magos, em 1941, filho de pais pescadores no rio Tejo, oriundos da Murtosa, dos chamados “Cagaréus” da ria de Aveiro. Depois das horas de escola, brincámos pelo empedrado do cais da vala real, com os jogos da bola, próprios da rapazio da época. Vivíamos, ali na rua de Baixo, no Botaréu da Capela, e assisti muitas vezes ele acompanhar o pai – António Naia, na pequena embarcação, na pesca em águas do rio Tejo. Comi das ementas tradicionais da família (agora recuperadas e confecionadas na restauração local), no mês da Enguia.
Depois que saímos da escola primária, percorremos caminhos diferentes. Eu, fiquei-me por ali, entrando na vila profissional.
Manuel Naia, frequentou os seminários de Santarém, Almada e o Cristo-rei (Lisboa), de onde saiu padre, com a frequência nos estudos teológicos. Na família tinha já um religioso, um seu primo, que chegou a Arcebispo da Diocese Braga.
Quando ainda Diácono, esteve na paróquia da Azambuja.
Nesta mesma localidade, iniciou a sua caminhada religiosa, depois de ordenado padre em 18 de Dezembro de 1965, com a primeira missa, na sua terra natal, onde estive presente a convite de suas irmãs.
Caldas da Rainha, Couto e ultimamente em Benfica (Lisboa), são locais da sua permanência como Sacerdote.
O Padre Manuel Naia, muito cedo manifestou um gosto pelo ensino, foi diretor do Externato Diocesano Ramalho Ortigão. Em 1989, apresentou na Universidade Clássica de Lisboa, a sua licenciatura de doutoramento, com um trabalho a que deu o título: OCTÁVIO * Minúncio Félix. Atualmente, dá a sua colaboração na Universidade Nova de Lisboa.
Da sua vasta obra bibliográfica e que nos ofereceu alguns exemplares retiramos:
* Um pequeno texto da “A Memória dos Benefícios em Séneca e no Infante das sete partidas” – Inserido na Revista Nº 12 de 1999, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
* Panorâmica da Literatura Latina (Contexto, Texto e Análise) Lisboa 2006
Temas Comuns No De Beneficiis de Séneca e na Virtuosa Benfeitoria do Infante D. Pedro – Lisboa 1996
Muitos anos já passaram, ainda continuamos amigos!...
JOSÉ GAMEIRO
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