Quinta-feira, 27 de Março de 2014

UMA AULA DE SÊNIOR ,PARA SENIORES!.....

Foi interessante!...   

Foi uma nova experiência, anos volvidos voltar a estar  numa aula escolar.   Há, alguns anos atrás, ainda o novo núcleo de escolas, não era sonhado em Salvaterra de Magos, já no seu espaço existia a Escola Secundária, cujo nome  lembrava o distinto  médico – cirurgião desta terra, Dr. Gréogio Fernandes (1841-1906).

 Naquela escola, estive  como convidado numa aula, falando sobre Ornitologia, pois o Clube Ornitológico de Salvaterra de Magos – COSM,  de que sou um dos fundadores, estava em tempo de exposições de aves,  e a turma dos jovens alunos já tinha feito uma visita ao local, ao tempo no Pavilhão daquele espaço escolar.

Anos depois, já na Escola Profissional,  estando  em trabalho da instalação da sua Biblioteca,  fui convidado a estar presente numa aula sobre dar o meu apoio aos professores, que queriam desenvolver o tema  - Salvaterra e a cultura do seu povo!..

  Continuando a escrever sobre a minha terra, com textos jornalisticos, nos vários periódicos da região, logo estive na Redacção do Jornal Vale do Tejo.

 

 

Mesmo aí, não deixava de ser solicitado por alunos e professores, colocando à sua disposição o meu “espólio” que vinha guardando desde que iniciei a escrever para  o Semanário “Aurora do Ribatejo”.  Os jornais como: “O Século”, “Diário Notícias”,  “Diário de Lisboa”,  “Diário Popular”, “ O Ribatejo”, e os mais recentes como “Correio da Manhã” e mesmo algumas Revistas, não deixaram de dar acolhimento aos meus textos sobre a cultura salvaterriana.

 Editando os meus livros, que guardo no meu Blogue – história de Salvaterra.

 fui à dias convidado pelo meu presado e querido amigo de longa data – Dr. Roberto Caneira, a participar numa sua aula sobre CULTURA LOCAL, da Universidade Sérior de Salvaterra de Magos, que tem um elevado número de inscritos.

 

  Neste dia, 27 de Março, lá fui apresentado, e de imediato, logo após os primeiros momentos de introdução, a frança participação dos alunos começou a vir ao decima, pois queriam desfazer muitas dúvidas sobre o passado histórico desta vila,  e  que ao longo das suas vidas tinham acomulado.  Foi uma hora, de grande benefício para ambos, pois de lá vim mais enriquecido.  Foi interessante!....

 

JOSÉ GAMEIRO

publicado por historiadesalvaterra às 17:53
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Domingo, 9 de Março de 2014

O Menino das Caldas - Da Elisa Suissas!....

O povo contava o tempo de Inverno. O Dia a mostrar mais tempo de luz. Lá diziam!... Com Janeiro, já tem uma hora – mas quem bem contar, hora e meia há-de achar!...
Fevereiro, aparecia com os dias; Ora chuvia intensamente, ora dias de sol. Sombrios e morrinhentos, davam tempo ao povo rural, para dias de esperança que as terras ficassem “enxutas” das àguas das chuvas. Chegado o dia de Entrudo, era tempo de folia.
Os jovens, lá se mascaravam, e as brincadeiras com o lançar potes de barro, de um para o outro do grupo (quem deixa-se cair e partir o pote, compra outro e pagava uma rodava de vinho) (1) e o enfarinhar, tanto rapazes como raparigas, com cré e outros pós de cor. As raparigas fugiam, bem avisadas pelas mães, muitas nem saiam de casa Uma ou outra lá brincava nas rodas (cantava-se dançava-se), e a paródia dos três dias de Carnaval, tinha mais graça entre os adultos, não
deixavam de se “entrajar”.
Aqui em Salvaterra, alguém esperava sempre uma novidade da mulher conhecida por Elisa Suissas, sempre brincalhona, e que na época de folguedo, lá mostrava as suas diabrites.
Um ano, lembro eu, lá andava pelas portas de casas (das pessoas suas conhecidas, ou mesmo pelos cafés, mostrando o seu bebé, que trazia aconchegado ao colo. Era nem mais nem menos, um grande “rapaz” das Caldas.


Ela, a Elisa Suissas, ficou viúva cedo, com um filho para criar, não deixou de ter as suas iniciativas, para seu sustento – arrendava um quarto de sua casa, habitação nova, numa urbanização de prédios altos, acabada de ser construída na vila – mesmo ali ao pé do edifício da Casa do Povo. Professoras, e caixeiros viajantes, tinham ali poiso certo de estadia para passar a noite. No verão, lá tinha as suas excursões de autocarro, que muitas vezes tinham como destino Fátima. A organizadora, lá ia batendo de porta em porta, conversando na rua, e os grupos familiares convidados, obrigavam ao aluguer de várias camionetas de carreira.

Em determinado Domingo, pela madrugada, no Largo do Lopes (em frente à escola) era de ver as mulheres excursionistas, com os cestos com a comida, e os honens não deixavam de trazer, um garrafão de vinho. Era o repasto, comido e bebido em várias praias, ou visitavam Mosteiros e Museus.
A viagem de regresso a meio da tarde, era já sem paragem, pois no dia seguinte esperava um dia de trabalho. Era assim, todos os domingos, e quando chegava o tempo das feiras de Santarém, Cartaxo e Golegã, era certo lá estar o grupo da Elisa Suissas.

Elisa Isabel Vicente, seu nome verdadeiro, quando faleceu deixou grandes saudades, ainda hoje os mais velhos não deixam de “ brincar” – é gente !.. é tempo de Mijar, homems para um lado, mulheres para outro – O pinhal está junto à estrada, e eu, não quero que cheguem a casa com gente a mais!... deixou fama !....

(1) –As tabernas nesse dia tinham grande venda de vinho, e de louça de barro

Nota: Na Foto dos excursionistas - O autor, com seus pais e esposa.

JOSÉ GAMEIRO
publicado por historiadesalvaterra às 16:53
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