Terça-feira, 29 de Outubro de 2013

MEIO SÉCULO DE RECORDAÇÕES

Há dias por tudo quanto é sítio se ouvia:
“O VICTOR VAI FECHAR! O VICTOR JÁ FECHOU! O VICTOR FOI OBRIGADO A FECHAR!...
A notícia correu célere, as inevitáveis interrogações se instalaram no porquê desde procedimento.
A Taberna (ou Armazém) do Victor vai fechar? À memória das pessoas vem o já distante ao de 1954, quando era slogan: “BEBER VINHO É DAR DE COMER A MILHÕES DE PORTUGUESES”. A exemplo do Dr. Lino, com o seu armazém de vinho, onde escoava o produto, quer a capo, quer ao garrafão, o Conde de Monte Real viu-se na necessidade de também abrir o seu posto de venda - Gilberto Ramalho seu “Tanoeiro”, assumiu o cargo de vendedor e fazedor de petiscos. O tempo correu, VICTOR ROSA tomou conta de trespasse aquele Estabelecimento e conservou as suas características: os tonéis em madeira, as mesas onde em jeito de convívio os fregueses jogavam as cartas e dominó, além dos inevitáveis copos e petiscos.
É de enaltecer que desde sempre o Victor Rosa se esmerou por ter um bom vinho da região à venda, e por isso a fama se conservou. O local sempre foi ponto de encontro de gerações do nosso mundo rural, onde avós e bisavós, nas suas discussões, lá iam recordando alegrias e agruras; desde os TRABALHOS DA GRADE à necessidade de no Inverno terem de trabalhar para os pescadores de Escaroupim, “PARA O ARRASTO DAS REDES NA PESCA DO SÁVEL” a Taberna do Victor nada tinha de comum com a antiga taberna do “ESPANHOL”, também naquela avenida, e para recordar basta ler algumas páginas do nosso conterrâneo José Ferreira, intitulado “AMANHÃ QUANDO EU FOR TUA”.


No entanto a Taberna do Victor, como ponto de encontro, e com as características populares, terá sido a continuadora da “TABERNA DA ANUNCIADA”, que existiu na Travessa da Azinhaga. Este espaço não dará para transcrever o desgosto que vai na alma deste povo. Os comentários mais latentes são de crítica: - Hoje em dia qualquer técnico toma conta dos serviços oficiais, e sem raízes na terra que por algum tempo vai servir, faz cumprir a lei”. Algum tempo depois vai de abalada à procura de melhores proventos, e entretanto deixou ficar algumas mazelas na cultura de um povo, que não lhe dizia nada. As autoridades não são ouvidas?!...
As razões e causas do encerramento da Taberna do Victor não são de conhecimento público, mas é voz corrente que alguém da Delegação de Saúde foi ao local e não gostou de ver os jornais em cima dos pipos, o caixote onde se recolhiam as tampas (caricas) das garrafas, não estaria no melhor sítio. Também o fogareiro dos petiscos foi alvo de reparos. Enfim, uma confusão instalada no espírito das pessoas, que alguém credenciado poderia esclarecer.
Certo é que se fosse por motivo de atualizar o edifício, as obras decerto não deixariam de se fazer. A certeza porém é esta: com o desaparecimento deste espaço, mais uma vez a nossa cultura local é mutilada. As pessoas que são a recordação viva da nossa história, terão agora de procurar outro poiso, talvez os bancos dos jardins.
As memórias, que ao longo de meio século, ali foram vividas, terão a partir outro local de recordação “OS DIAS LONGOS” de Ângela Sarmento, que recolheu nas suas páginas o sofrimento do nosso povo. Desta situação, saberão os nossos autarcas? – Perguntamos nós.
Nota: A Foto a preto e banco, é uma reprodução da que acompanhou o artigo publicado no JVT, em 8 de Abril de 1994

JOSÉ GAMEIRO
publicado por historiadesalvaterra às 17:16
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Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013

10 - ESCRITORES DO TEMPO QUE PASSA!...

DR. ROBERTO CANEIRA

No dia, 10 de Junho de 1974, nasceu na freguesia da Glória do Ribatejo, concelho de Salvaterra de Magos, ROBERTO MANUEL MONTEIRO CANEIRA.
Depois da escolaridade, que frequentou na sua terra, terminou o seu cursona Universidade de Évora. Colocado na Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, É no seu arquivo histórico, que tem desenvolvido uma intensa atividade de pesquisas, trazendo à luz do dia o conhecimento de documentos, que de outra forma permaneceriam na penumbra. Homem, simples no trato e de grande humildade, o Dr. Caneira, depressa “arrolou” uma enorme agenda de amigos, que a ele recorrem para as suas necessidades não só do âmbito acadêmico. No Departamento onde trabalha, Centro de Interpretação e Educação Ambiental do Cais da Vala, um departamento de cultura daquela autarquia, periodicamente não deixa organizar, mostrando grande empenho nos contatos que faz com pessoas, para enriquecer algumas exposições sobre atividades, que um dia foram de grande desenvolvimento socioeconômico, da vila/ ou mesmo no concelho, e agora pertencem ao seu passado, mesmo que ainda recente.
O Dr. Roberto Caneira, não deixou de colaborar, nas edições que se fizeram sobre a terra, como:

“O PALEOLÍTICO DA GLÓRIA DO RIBATEJO”,
(Cadernos Culturais – 1), editado em 1998, de que foi o autor. Trabalho que recebeu a colaboração na área das ilustrações por parte de um seu conterrâneo, Leonardo Charréu.

Prefaciou o Caderno, Volume 2 “OLHARES DO PASSADO”, Glória do Ribatejo, um trabalho de recolha fotográfica, a preto e branco, das décadas 50/60, de Margarida Ribeiro, editado em 1999 e também deu a sua colaboração em algumas publicações com: “ESTUDOS SOBRE GLORIA DO RIBATEJO”, Edição de 2001


* Folhetos das exposições anuais da “Associação para a Defesa do Patrimônio Etnográfico e Cultural de Glória do Ribatejo”, onde um Museu tem grande relevo na preservação da cultura daquele povo gloriano.

* Atas com o titulo “PELO TEJO ROMANO”, no Politécnico da cidade de Beja, onde fala sobre a presença romana no Porto Sabugueiro (Muge) do concelho de Salvaterra de Magos.

Edições de livros por si organizados e postos à aprovação da edilidade salvaterriana, tem sido uma das suas preocupações, e já saíram entre outros – O SISMO DE 1909 * SALVATERRA DE MAGOS, MEMÓRIAS DE UM CONCELHO, edição especial incluída na divulgação da Falcoaria * OLHAR SOBRE O CONCELHO DE SALVATERRA DE MAGOS, 2001 * CHEIAS EM SALVATERRA DE MAGOS, 2010.

JOSÉ GAMEIRO
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Quinta-feira, 17 de Outubro de 2013

9 - ESCRITORES DO TEMPO QUE PASSA!....

Padre, Prof. Dr.

MANUEL ANTONIO NAIA DA SILVA

Nasceu em Salvaterra de Magos, em 1941, filho de pais pescadores, no rio Tejo, oriundos da Murtosa. Depois que saiu da escola primária, na sua terra, frequentou os seminários de Santarém, Almada e o do Cristo-rei (Lisboa), de onde saiu padre, com a frequência nos estudos teológicos. Na família, tinha já um religioso, um seu primo, que chegou a Arcebispo da Diocese Braga. Quando ainda Diácono, esteve na paróquia da Azambuja, onde leccionou., e nela, iniciou a sua caminhada religiosa, depois de ordenado padre, em 18 de Dezembro de 1965, com a primeira missa, na terra onde nasceu. No Couto (Caldas da Rainha) esteve muitos anos na sua paróquia.. O Padre Manuel Naia, sempre teve um gosto pelo ensino, foi director do Externato Diocesano Ramalho Ortigão. Em 1989, apresentou na Universidade Clássica de Lisboa, a sua licenciatura de doutoramento, com um trabalho a que deu o título: OCTÁVIO *Minúncio Félix. Actualmente, dá a sua colaboração, como professor de Latim, na Universidade Católica, e tem a seu cargo uma comunidade religiosa na zona de Benfica (Lisboa).



TRABALHOS PUBLICADOS
1 – Livros:
• Temas Comuns no De Beneficíciis de Séneca e na Virtuosa Benfeitoria do Infante D.. Pedro (Dissertação de Doutoramento), Lisboa, Universidade Nova,1997
• Octávio, Minúcio Félix, Introdução e Comentário, (Dissertação de Mestrado),(“Col.BibliotecaEuphrosyne –7”), Lisboa, INIC,1990,198 pp..
• Temas de História da língua Latina, Lisboa, Colibri,1998,116 pp..
2 – Artigos:
• “O Tratado da Imitação e sua Estrutura”, In AAVV., Dionísio de Halicarnasso, Tratado da Imitação, (“Col.BibliotecaEuphrosyne –1”), Lisboa,INIC,1986, PP 35 -37
• “Mensagem Cristã à Margem do Latim Cristão”, Humanitas, 50,1998,509-517
• “A Memória dos Benefícios em Séneca e no Infante das Sete Partidas”, Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Tempo, Temporalidades,Durações, Lisboa, Ed. Colibri,12, 1999,331-340
• “Bula de Nomeação do Segundo Bispo de Santarém” (Tradução do Latim), Boletim Informativo da Diocese de Santarém, 2. de Maio.1998; In Diocese de Santarém, 25 Anos, Vida e Projecto, Almondina,2001
• “Benefício e Ofensa à Medida de Séneca”, Bolwtim de Estudos Clássicos, Coimbra, APEC, Instituto de Estudos Clássicos, 36, Dez.2001,99-107
• “O Infante D .Pedro e a Tradução do Prólogo do De Officiis de Cicero, Boletim de Estudos Clássicos Coimbra, APEC, Instituto de Estudos Clássicos,38, Dez.2002, 93-101
• “A Eneida de Vergílio ou a humanidade possível numa guerra de pactos e coligações” Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, nº16, Lisboa Ed.Colibri,16,2005,243-257
• “As Invocações aos deuses na Teognidea” Boletim de Estudos Clássicos, Coimbra, APEC, Instituto de Estudos Clássicos, Junho,2005
3 - Recensões Críticas:
• “ André Neyton 1”Âge de 1” Or et 1”Âge de Fer »,Euphrosyne, NS, 13, 1985, 302-303
• « Martin M. Winkler, The Persons in Thtee Satires of Juvenal », Euphrosyne, NS 14. 1986, 280-281
4 – Em Periódicos:
• “Thalassa” In Correio do Litoral, 1994
• “Miguel Torga” In Correio do Litoral, 1995
• Estudo registado por escrito para apresentação de um Guia de Iniciação ao Latim (Maximo Gaudio Linguam Latinam Disco, Universitária Editora, da autoria de Maria Alcina Martires Lopes), Argumentos Revista, Dez.2001
Nota: Alguns exemplares destas publicações, fez oferta à Biblioteca Municipal de Salvaterra de Magos


JOSÉ GAMEIRO
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Quarta-feira, 16 de Outubro de 2013

8 - ESCRITORES DO TEMPO QUE PASSA!....

ISABEL MIRANDA

Temos em arquivo alguma documentação sobre “ Escritores, Artesãos e Pintores”, quanto à artista/Pintora, Isabel Miranda até esta data registamos o seguinte:
Maria Isabel Miranda Fonseca Miranda (Ferreira Lino), nasceu em 1949, em Salvaterra de Magos, e aqui fez a escolaridade. Mais tarde, veio a formar-se no ISLA, como: Tradutora-Intérprete, e manifestando-se a sua aptidão para as artes plásticas, recebeu aulas de desenho do mestre, Massimo Espósito.

Nos anos oitenta, dedicou-se à pintura, e nesse período de tempo foi júri de seleção
numa mostra de Artes Plásticas, em Salvaterra de Magos. Desde 1989, integra o GART (Grupo de Artistas e Amigos da Arte).

ALGUMAS EXPOSIÇÕES, ONDE EXPÔS INDIVIDUALMENTE

1994 – Salvaterra de Magos - (Capela Real)
1995 – Salvaterra de Magos - (Capela Real)
1996 – Montijo - (Museu Municipal)
1997 – Lisboa - (Teatro Maria Matos)
1998 – Lisboa - (Attium da Casa da Imprensa)
2000 – Caldas da Rainha - (Galaria Peppr´s)
* - Viseu - (Galeria do Hotel Montebelo)
* – Torres Novas - (Galeria Tabu)
* – Viseu (Átrio do Hospital de Santo António)
2001 – Viseu (Galeria do Hotel Montebelo)

ALGUMAS EXPOSIÇÕES, ONDE EXPÕS COLECTIVAMENTE

1992 – Salvaterra de Magos (1ª Mostra de Artes Plásticas)
1993 – Salvaterra de Magos (2ª Mostra de Artes Plásticas)
1994 – Salvaterra de Magos (3ª Mostra de Artes Plásticas)
1995 – Salvaterra de Magos (Capela Real)
1995 – Salvaterra de Magos (4ª Mostra de Artes Plásticas)
1996 – Santarém (Salão de Outono)
* – Salvaterra de Magos (5ª Mostra de Artes Plásticas)
1998 – Vila Franca de Xira (A Patriarcal)
* – Alenquer (Bienal de Arte de Expressão Figurativa)
1999 – Caldas da Rainha (Galeria Pepper´s)
2000 – Alenquer (Bienal de Arte de Expressão Figurativa)
2004 – Caldas da Rainha (Galeria Pepper´s)


JOSÉ GAMEIRO
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Terça-feira, 15 de Outubro de 2013

7 - OSESCRITORES DO TEMPO QUE PASSA!.....

LUIZ AUGUSTO REBELO DA SILVA

Nasceu em Lisboa, nasceu em 1822 e lá faleceu em 1871.
A maioria das suas obras, situam-se no campo do romance histórico, área em que recebeu grande apoio de um outro escritor, Alexandre Herculano. Uma no entanto tem particular importância para Salvaterra de Magos, que descreve a morte do jovem Conde dos Arcos, num brinco taurino, aqui ocorrido, perante D.José, rei de Portugal.
Rebelo da Silva, para além de escritor, foi professor de História Universal e Pátria, no Curso Superior de Letras (1859) – Jornalista político, ministro e deputado. Dos seus estudos históricos sobre a história de Portugal, cinco volumes (séc. XVII e XVII) sobressaem,

O conto, intitulado “A ÚLTIMA CORRIDA DE TOIROS EM SALVATERRA”, romanceado, que descreve uma imaginária “cena com toiros” onde a corte portuguesa assistia, acompanhada de muitos convidados estrangeiros ilustres, onde o jovem Conde dos Arcos, perdeu a vida, cerca de 70 anos antes.
deste escritor, completando os festejos da inauguração, com um cortejo de trajes da época, pelas ruas da vila.

Quando da saída da primeira edição, depressa se esgotou, e ao longo dos anos, outras têm sido repetidas, tendo dado origem aos mais diversos pintores descreverem a cena da morte do Conde, na arena de Salvaterra, na presença do rei D. José e de seu pai, o Marquês de Marialva.
Este ano, 2003, os autarcas de Salvaterra de Magos, depois de construírem uma nova urbanização no espaço, que circunda a praça de toiros, deram à mesma, o nome

Nota: Foto da Pintura de Martin Maqueda

JOSÉ GAMEIRO
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Segunda-feira, 14 de Outubro de 2013

QUNDO VINDIMAR ERA UMA FESTA!....

INTRODUÇÃO - Do Livro/Caderno com o mesmo nome

Não só pelos meus companheiros de meninice, onde as brincadeiras diárias na rua, que era nossa - nunca tinham fim - mas para que toda aquela cambada de rapazes, do tempo da escola, não seja esquecida, é dedicado este trabalho!
Uma década já tinha passado, do após guerra, entre outras coisas, a penúria da fome e, o andar descalço para a maioria das crianças, não era um desejo, mas um sofrimento, que também existia nesta terra – Salvaterra de Magos.
Com a entrada do Outono, o campo de Salvaterra, mostra uma planície verde que se perdia nos olhares, eraa as vinhas na sua plenitude. Todos os anos, o grupo do rapazio da vala, corria desesperado, à velha ponte da vala real, atrás dos carros, para o “roubo” de um cacho de uvas. Uns usavam a “gancheta” de arame, atada a um cordel que servia quando as dornas vinham destapadas, nos carros puxados por uma junta de bois (amarelos) paxurrentos no andar. Outros, os mais afoites, não deixavam de uma corrida rápida subir ao carro e tirar uma mão cheia de uvas, que vinham entrelaçadas nos dedos.
O “assalto”, se fosse bem sucedido, era uma alegria para a rapaziada, pois seria para alguns , ali a única oportunidade do ano, para provarem aquele fruto, mas normalmente a ousadia era acompanhada por uma varada, ou o chicote que zurzia no ar, acompanhado de uma gritaria: “Grande Cambada!... Rapazes dum corno, que me estragam a carrada toda. Era a vozearia ouvida, aos condutores que transportavam as dornas de uva, do campo até às adegas da vila.

Depois das mãos lavadas, no fontanário, ainda fresco de construção, na empena do Celeiro da Vala, lá continuavam todos de pé descalço o jogo da bola, na empedrado do cais da vala.



MARÇO: 2007
JOSE GAMEIRO
(José Rodrigues Gameiro)
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Sábado, 12 de Outubro de 2013

6 - ESCRITORES DO TEMPO QUE PASSA!....

JOSE GAMEIRO

José Rodrigues Gameiro, nasceu em Salvaterra de Magos, a 16 de Abril de 1944, filho de pais cuja origem se perde na actividade rural, e nestas condições eram analfabetos. Foi o primeiro filho de uma de prol de três rapazes. Aos 5/6 anos de idade, passou por uma mestre-escola – a Mestra da; Maria Augusta Moisés, na rua Cândido dos Reis, algumas vezes levando pela mão até ao local, Manuela Marques Lopes e sua prima; Maria Irene Lopes Pinto.

Frequentou o ensino primário, na escola “Presidente Carmona”, na vila, foi seu professor até à 3ª classe, Armando Duarte Miranda. Nesta classe, não foi proposto a exame com mais 25 colegas, por causas nunca explicadas aos pais, pelo encarregado de ensino. Com a repetição dos estudos, da 3ª classe, fez este e a 4ª classe, sob a orientação da professora D. Natércia Rita Assunção. Terminada a escolaridade obrigatória, seus pais foram chamados à escola, onde a professora aconselhou os seus pais, para ele continuar os estudos, pois notava nele um promissor curso, na área das letras.
José Gameiro, perante o problema, não aceitou, porque a família vivia com necessidades econômicas, naquele tempo, as marcas do após II Guerra Mundial, pesavam muito nas necessidades do povo rural. Com uma curta passagem, de alguns meses, pelos serviços administrativos da câmara municipal – seu pai, José Gameiro Cantante, já era empregado municipal, varrendo as ruas da vila. Um dia, pediu ao chefe de secretaria; João Segurado Santos, a estadia do filho nos serviços administrativos, “para ir desemburrando na escrita e não andar na moina”. Foi aí, que fez um primeiro contacto com a história da sua terra - natal, de que lhe ficou no gosto. Em 1957, com um pouco mais de 13 anos de idade, entra no mundo do trabalho remunerado, na “Central” rodoviária,e inicia a sua colaboração, com notícias da terra, pela mão de José Teodoro Amaro e Filipe Hipólito Ramalho, então correspondentes em jornais regionais; Vida Ribatejana e e nacionais, como o Diário de Notícias e Século.

Em 1964, é convidado a colaborar no jornal “AURORA DO RIBATEJO” sediado, na vizinha vila de Benavente. Daí para cá, órgãos da comunicação social como: Diários DO RIBATEJO, DIÁRIO DE NOTÍCIAS, RIBATEJO ILUSTARDO, DIÁRIO DE LISBOA, PORTUGAL HOJE, CORREIO DA MANHÃ, O RIBAREJO, NOVA AURORA, entre outros, registaram nas suas páginas, trabalhos seus. O gosto pela pesquisa em assuntos relacionados, com o passado histórico da sua terra, tem-no motivado à sua divulgação, tendo mesmo usado a rádio.
Uma rubrica semanal, que teve na Rádio Marinhais, tratava da história de Salvaterra, com o nome:“Já Sabia Que !” Ao longo da sua vida, praticou dois hobys, que gostava, a Columbofilia e Ornitofilia. Assuntos temáticos, daquela primeira modalidade escreveu e publicou, nas páginas do jornal MUNDO COLUMBÓFILO (1960). As revistas, DESPORTO COLUMBÓFILO, VIDA COLUMBÓFILA e COLUMBOFILIA.

Quando prestou serviço militar (1965), na revista militar “MOTORES EM MARCHA”, obteve um prêmio, com um artigo escrito sobre “O pombo-correio, ao serviço das comunicações militares”. Em 1985, foi o autor de um pequeno livro, uma monografia, com o título “SALVATERRA DE MAGOS – VILA HISTÓRICA NO CORAÇÃO DO RIBATEJO”, em edição que ofereceu e foi promovida pelo município salvaterrense, que rapidamente se esgotou.. No dia da apresentação pública deste trabalho, na Biblioteca Municipal, esteve presente o então primeiro-ministro, Dr. Mário Soares, que na ocasião visitava o Ribatejo e, aqui se deslocou para estar presente no acontecimento. Anos depois, em 1992, foi editado uma 2ª edição que também se encontra esgotada. Entre 1997 e 2002, José Gameiro, trabalhou na redação do JORNAL VALE DO TEJO, semanário com sede em Salvaterra de Magos, onde teve o cargo de Chefe de Redação, publicou nas suas páginas, artigos sobre a temática da história passada e recente da vila, e do concelho. Publicou uma edição; “Recordar, Também é Reconstruir”,coleção de 45 Cadernos, onde abordou temas alusivos a Salvaterra de Magos na área do seu Patrimônio como: Geográfico, Monumental, Social, Politico, Econômico e Desportivo.
Aproveitando as redes sociais de comunicação, abriu um Blogue, com o nome História de Salvaterra, onde já publicou :
* Clube Desportivo Salvaterrense
(A Origem da sua história)
* A Origem dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos,
e da sua Banda de Música
* Subsídios para a História da Freguesia de Foros de Salvaterra
* Subsídios para a História da Tauromaquia em Salvaterra de Magos
Séc. XIX a XXI
* Subsídios para a História de Salvaterra de Magos
Séc.XIII – Séc. XXI
(Colectânea Incompleta – Primeira Parte)
* Homo Tagnus
(Africanos em Portugal – Concheiros de Muge)
( Artigo Original do Dr. Mendes Correia publicado no Boletim
da Junta Geral do Distrito de Santarém –
Ano 6º Nº 43 – Ano de 1943 * Recuperado por José Gameiro)

* Salvaterra de Magos – Uma vila no coração do Ribatejo – 3ª Edição
*A Origem da Sociedade Columbófila Salvaterrense
(Historial)
* Clube Ornitológico de Salvaterra de Magos – COSM
(A sua história)
*A Transportadora Setubalense
(Uma recordação em terras de Portugal)
- João Cândido Belo & Cª Ldª -

* Coleção de Apontamentos
( Volume I – Livros Nº 0 a 16)
Séc. XIII – Séc. XXI
* Coleção de Apontamentos
(Volume II – Nº 16 – 45)
Séc.XIII – Séc. XIX

* Árvore Genealógica de Origem Materno
(Descendentes das Famílias Lopes e Bastos Ferreirinha))
*Pesquisa e organização do Estudo*

* Árvore Genealógica de Origem Paterno
(Descendentes das Famílias Cantante,Silva,
Neves,Travessa, Galricho e Gameiro)
*Pesquisa e organização de Estudo*

* Família Roberto
(Uma Dinastia de Toureiros)
* Subsídios para a História da Santa Casa da Misericórdia
de Salvaterra de Magos
de: Dr. José de Carvalho Asseiceira Cardador
(Recuperado por José Gameiro)

* Subsídios para a História dos Bombeiros Voluntários
de Salvaterra de Magos e da sua Banda de Música
(2ª edição)

* Palácio da Falcoaria
(Falcoaria Real de Salvaterra) - (2ª edição)
* Recordações da Praia Doce/ou Praia dos Tesos

JOSÉ GAMEIRO
publicado por historiadesalvaterra às 12:55
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Sexta-feira, 11 de Outubro de 2013

5 - ESCRITORES DO TEMPO QUE PASSA!....

JOÃO PAULO VIEIRA RODRIGUES

Nasceu a 15 de Outubro de 1964, Salvaterra de Magos, oficialmente a 17, com registo em Montemor-o-Novo, pois seus pais são naturais daquela povoação alentejana.
Andou na escola em Salvaterra de Magos e cumpriu o 11º ano na Escola Industrial da RARET e 12º ano Escola C+S de Salvaterra de Magos. Depressa viu a sua inclinação para o campo da enfermagem, área onde viria a realizar-se profissionalmente.

Fez a licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Saúde de Santarém. Fez o Mestrado em Comunicação em Saúde na Universidade Aberta. Fez o Mestrado em Enfermagem de Reabilitação na Escola Superior de Saúde de Santarém. Investigador do CEMRI (Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais), Grupo de Investigação Saúde, Cultura e Desenvolvimento. Doutorando-se em Psicologia Intercultural na Universidade Aberta.


PUBLICAÇÕES
Quando optou pelo Mestrado, com matricula na Universidade Aberta, Lisboa, no ano de 2008, apresentou um grande trabalho no campo das “Práticas e Saberes das Avós no Cuidar das Crianças”, uma dissertação de Comunicação de Saúde, pesquisas levadas a cabo em Foros de Salvaterra (Salvaterra de Magos).

Foros de Salvaterra, sendo uma povoação rural, João Paulo Vieira Rodrigues, preocupou-se em entrevistar 17 avós e 17 mães, todos pertencentes ao mesmo núcleo familiar. Concluiu que os saberes das antigas gerações, muito enriqueciam os hábitos e conhecimentos culturais e sociais das crianças, agora pertencentes a uma época de diferentes formas de viver.


Até meados do séc.XX, verificou Vieira Rodrigues, que a mulher/avó -mãe, tinham grande influência no gerir da casa, e na horta, para além de ter a seu cargo a criação de animais (capoeira e pocilga) que serviam de sustento em carne à família. Tal como o homem pai/avô passavam grande parte do tempo no amanho da sua pequena parcela de terra – Foro, ou trabalhava para o agricultor/seareiro, na angariação de melhor jorna.



Passando aquele trabalho à forma de livro, não deixou de registar alguns agradecimentos – aos colegas enfermeiros; Sérgio Silva, Anabela e Susana. À educadora Carla, esta pela colaboração em chegar à fala com os avós, que trata no seu trabalho de recolha de informações. À Dina e Alexandra, que estiveram sempre presentes em todo o Mestrado.Um especial agradecimento não deixa de fazer à sua Professora; Drª Natália Ramos.

Com tal trabalho de pesquisa, teve João Paulo Vieira Rodrigues, a perspicácia de abordar e registar um tema, que depressa, logo nos anos 70 do séc.XX, estava a cair em desuso, pois os pais/mães da crianças, preferiram enviá-las para o Jardim de Infância/Creche, logo que estas aprendiam a dar os primeiros passos, e balbuciar algumas palavras, libertando os avós para viverem uma velhice tão desejada, sem encargos familiares dos netos.
A colectânea – A Voz dos Avós, levada a cabo, por três autores, numa edição da Pro Dignificante e Gráfica de Coimbra, 2 Ldª., na sua Pág.. 20, faz referência ao trabalho de João Paulo Vieira Rodrigues

JOSÉ GAMEIRO
publicado por historiadesalvaterra às 14:06
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Quinta-feira, 10 de Outubro de 2013

4 - ESCRITORES DO TEMPO QUE PASSA!....

As suas dedicatórias, nos livros que me ofereceu, estampam bem a estima que sempre me dedicou!....


Angêla Sarmento/ ou Tareka
Nome completo: Maria Teresa Guerra Bastos Gonçalves (de Moraes Sarmento Ramalho), nasceu 1927 em Lisboa. Vive em Salvaterra de Magos.
O seu vasto curriculum – consta actividades como atriz e escritora.
No entanto enquanto jovem devido ao seu versátil pendor artístico, não deixou de ter contactos para além das letras, aprendeu línguas, estudou música, fez ballet, no desenho foi discipula distinta de Raquel Roque Gameiro.
No campo do teatro, entrou inumeras vezes em telenovelas, escritas pelo seu filho Tozé Martinho. Na área das letras, o seu espólio de titulos é vasto, repartidos por Contos e Romances. Por ter residência, em Salvaterra de Magos, sempre teve grande apego ao mundo profundo do Ribatejo.

Dos seus livros publicados destacamos, o seu primeiro Romance - A Àrvore, publicado em 1961, onde escreve na primeira pessoa e reparte a sua estadia nesta terra do Ribatejo, e aquela donde são originárias as suas raízes – Moncorvo.


• Foi um livro, que na época recebeu os maiores comentários apreciativos, comparando a escritora a outras formas de narrar, que marcaram um tempo, nos séc.XIX. Os Dias Longos, é um conto que marca bem a sua permanência em Salvaterra de Magos, onde descreve em promenor à ardua vida do homem rural, em dias de Inverno (quando a falta de trabalho, a fome e o frio), na espera de trabalho, junto de uma fogueira, numa zona da vila, que ficou conhecida nos já distante ano de 1968.


- À Beira da Estrada, é um conto que retrata a prostituição, que se vivia, nos anos 60 do século passado,, no Eucaliptal do “Gaspar Ramalho”, na EN 118, e que a Tareka, era obrigada a presenciar, vendo aquelas mulheres/jovens à beira da estrada, quando se deslocava da sua residência – As Gatinheiras, até à vila de Salvaterra de Magos.

Nota: Os Dias Longos – inserido na colectânea “Histórias Breves de Escritores Ribatejanos” -Edições Prelo – Lisboa 1968 * Pág. 51

JOSÉ GAMEIRO
publicado por historiadesalvaterra às 16:08
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Quarta-feira, 9 de Outubro de 2013

3 - ESCRITORES DO TEMPO QUE PASSA!....

Uma admiração, que muito me honrou!....

Justino Mendes Almeida, nasceu na vizinha vila de Benavente em 1924.

O tempo da revolução dos cravos de 1974, já à algum tinha decorrido, no entanto o povo na ânsia de a solenizar para a recordar, não deixava de aproveitar alguns atos públicos, ou mesmo promevelos, especialmente no campo da cultura, como era o caso de Salvaterra de Magos. Numa dessas sessões foi promovida pelo Departamento de Cultura, da Câmara Municipal, entretanto instituído na reorganização administrativa do município. O novo pavilhão desportivo, da recém inaugurada Escola Secundária, era o local aproveitado para a realização desses eventos. Um dia realizou-se uma jornada histórica sobre Salvaterra de Magos. Os interessados acorreram em grande quantidade, pois encheu aquele espaço, os intervenientes eram nomes de renome: Prof. Dr. Veríssimo Serrão e o Prof. Dr. Justino Mendes de Almeida


Já no período das perguntas dos presentes, eu, quis tirar umas dúvidas!.. Estando os Salvaterrenses à distância do povo Benaventino, cerca de 5 léguas, o porquê daquela vila ser mais velha 70 anos do que a sua vizinha Salvaterra de Magos.
O Prof. Mendes de Almeida, lá me informou, usando o termo: a população Salvaterriana (foi a primeira vez que ouvi) naquele tempo não pertencia à Ordem de Aviz.... Terminada a sessão, procurou-me e interessou-se saber pelo meu interesse da origem dos dois povos, pois ele era natural de Benavente, e desde menino se interessava pelo passado histórico desta vila de Salvaterra de Magos.


O tempo foi passando, de tempos a tempos me enviava algumas das suas edições e quando voltou a Salvaterra, para novo ciclo histórico, me fez a oferta do livro “O Convento de Jenicó” da autoria de seu primo Alfredo Betâmio de Almeida, e lá indagava das minhas pesquizas.

Soube que era um estudioso da língua de Camões, mesmo aprofundando a leitura dos “Lusíadas”. O Prof. Dr. Justino Mendes de Almeida, Chegou a reitor da Universidade Antónoma de Lisboa e Leitor Academio (Vice- Presidente da Academia Portuguesa da História), entre um vasto trabalho de publicações e estudos, ofereceu-me em 2004, um livro da edição “Estudos da História da Cultura Portuguesa” que trazia uma dedicatória – que muito me honrou!... – Faleceu em Lisboa, em 2012, exercendo ainda a função de Magnifico Reitor Emérito, da Universidade, que ajudou a fundar – Universidade Antónoma de Lisboa

JOSÉ GAMEIRO
publicado por historiadesalvaterra às 15:37
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