OS MOÍNHOS DE SALVATERRA/ OU UMA CRÓNICA ANTIGA
Menino era eu, quando meus pais um dia de 1955, foram viver para o Botaréu da rua de Baixo. O Botaréu, tendo como pavimento lages e seixo, albergava além do pequeno casario, a capela que no século VXII, ficou pertença da Misericórdia de Salvaterra de Magos, e que vinha de registos antigos como: Capela de Santo António. Entre a casa onde fomos viver (ali nasceram os meus dois irmãos), e o edificio religioso, existia um espaço que dava mostras de ali ter existido alguma construção, pois as duas paredes (lado nascente e poente) ainda levantadas, tinham portas em madeira. Agora servia de galinheiro do Galego; Camilo Miguéis Martinez, que tinha taberna ali perto. Com as àguas das cheias, todos os anos a “visitarem” aquela rua (de Santo António/ Alm.Cândido dos Reis) a minha casa de vez enquando lá estava alagada, que para mim era uma alegria, nos comentários com o rapazio da zona.
Um dia dei comigo, a ouvir uma conversa de minha mãe; de “quando iam lavar a roupa, na antiga escadaria do Moínho de Arroz (2)”, Fiquei curioso!..
Realmente, nas minhas brincadeiras de rapaz, qundo nos juntávamos, especialmente na caça aos passáros, com uma fisga, lá estava no valado (próximo da ponte), restos de escadaria. Muitos anos mais tarde, ao visitar o local, estava submersa, quer pelo lodo e salgueiros, quer pelos sucessivos arranjos a que o valado esteve sujeito.
Por volta de 1970, na “Coutadinha” (terreno que mais tarde foi usado para construções da Chesal), lá estava a ruína de um Moinho de Vento (1).
Quando me predispuz, a fazer a reportagem para o “Aurora do Ribatejo” sobre os 50 anos da construção da Praça de toiros, encontrei sentado na floreira de pedra, da entrada do edifício dos CTT, da vila, um homem já de idade avançada; António Remundo, que me contou que os três velhos Moínhos de Vento, que estavam no espaço de terreno onde foi construído aquele taurodromo, foi ele que trabalhando na construção da Praça, os destruíu - levou três semanas. Estes moínhos, e muitos outros, existentes em Salvaterra de Magos, e seu concelho constavam de um estudo que que foi feito em 1613.
JOSÉ GAMEIRO
(1) - Consta na nova demarção bem defenida dos limites do concelho – Alvará concedido pelo Rei Filipe III, em 10 de Outubro de 1613 * Colocação de Marcos em Pedra de Lioz “5º Marco, foi colocado um junto a um velho Moínho – Gatinheiras, ( nos matos da Coutadinha),recebendo a distância do anterior; 452 varas.
(2) - O Moínho, recebia àgua da Vala real, ficando muitas vezes depositada, no bafordo. No meu tempo, aquele loudaçal, que tinha Espadanas e era local de nidificação de Galinhas de àgua e Narcejas, sendo estas últimas diáriamente, ao cair da tarde, caçadas a tiro, por alguns caçadores da vila. Este espaço à anos atrás, recebeu obras para uma zona de cavalos.
Fotos do autor 1- No Botaréu, Minha mãe e os meus irmãos; Cassiano e António Miguel * 2 – Ruínas do Moínho em terras da Coutadinha (1975)
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