Vivemos numa época em que muitos perconceitos sobre a generosidade anda desvirtuado, até pelo bom pé-de-meia, que nos dias de hoje existe. Muito raramente lá aparece um altruísta, ou benemérito. O cultivo da benemerência, está em risco de desaparecer. No dobrar do século passado (séc. XX), ainda entrava na débil contabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra de Magos, donativos ou legados. Esta instituição, agora a rondar os 350 anos, sempre viveu com grandes aflições económicas de tesouraria, desde que em 1660, lhe foi conferido alvará. Se nos apoiarmos no historial que um dia, o Dr. José de Carvalho Cardador, fez desta Santa Casa, onde retrata num estudo bem detalhado, a vida penosa que ao longo dos séculos, as provedorias, encontraram para equilibrar as finanças desta instituição, para praticarem; a Misericórdia, convertida em apoio aos necessitados. No século XVIII, no tempo de D. Pedro II, quer este monarca, sua esposa e filhas, não se esqueciam de fazerem periodicamente donativos à Misericórdia de Salvaterra. Nota-se que no final do século XIX, e no primeiro quartel do seguinte, os Legados e Donativos eram entregues anualmente, por gente, que muitas vezes repetia em anos seguintes. Grande impacto teve a benemerência de Gaspar Costa Ramalho, em 1911, sendo Provedor de uma Comissão Administrativa – a eleição de uma Mesa, estava deveras penosa de encontrar, quando levou a cabo a construção do edifício do Hospital. O hospital velho (pequeno e de frágil construção, que servia só para doentes com febres intermitentes). As famílias continuavam com o hábito de curar os seus doentes, bem como os partos serem em casa. Este velho hospital, no Largo de S. Sebastião, como a Albergaria pertença da Capela da Misericórdia, cairam quando do terramoto de 23 de Fevereiro de 1909.
A onda de solidariedade nacional e internacional,, devido ao sismo, que o povo de Salvaterra de Magos recebeu, recupertiu-se na construção de um edificio escolar, inuagurado em 1913, e uma generosa “Colónia de Salvaterrenses”, que se organizou em Lisboa, tendo arrecadado 1.369$530, fazendo chegar esta verba a favor da Santa Casa. Uma Grande Comissão Nacional de Socorro, às vitimas do Tremor de terra, no Ribatejo, entregou em Agosto de 1911 à Misericórdia o valor de 2.000$000.
OS LEGADOS EM PRÉDIOS
Os Legados, quer em prédios, quer em dinheiro, nesta época, não desmereceram, foi um reavivar, os sentimentos altruístas, que o povo tinha para coma sua Santa Casa. Se recuarmos no tempo, verifica-se quanto era generoso, para tal damos José Xavier Pinto, como exemplo: Em 1891, entrou nas contas, o seu Legado, que deixou em Testamento de 5 de Março de 1880 – onde constava um prédio urbáno, morada de casas com uma morada, destinada a arrecadação, situada na Rua Dr. Miguel Bombarda (artigo 173 da Matriz). (Por ironia do destino tinha sido onde nasceu aquele altruísta e destinto médico cirurgião, que mais tarde foi alvo de agradecimentos com placas no prédio assinalando o facto). Um prédio urbano, ruínas de uma Cocheira (que foi pertença até à venda da Casa real, das Cavalariças do Regimento aquartelado nesta terra), encontrava-se num recanto da Estrada Nacional (antigo Largo das Cavalariças), com a superfície de 258,50 m2 (artigo 708 da Matriz). Prédio rústico que consta de uma Sesmaria denominada “Horta do Loureiro”, com a área 3,00 ha situada nos arredores da vila (artigo 83 da Matriz) e ruínas de uma Albergaria (artigo 47 da Matriz). Prédio rústico que consta de uma Sesmaria denominada “Mexieiro”, terra de semeadura e vinha. com 25,08 ha., Prédio rústico com várias casas de habitação, situado nas “Omnia” e “Sesmaria”, lugar dos Foros. Prédio rústico, contíguo ao “Mexieiro” que consta de terra de pinhal e pastagem para gado, com a área de 31,6423 ha constituíndo o Lote Nº 1 das “Buínheiras”. Gado e Alfaias agrícolas. Nota: O Legatário faleceu em 10 de Junho de 1891, tendo reservado o usufruto para Elysiária Sabino Martins. Esta faleceu em 5 de Janeiro de 1938, data em que se operou a consolidação a favor da Misericórdia, no valor de 132.532$000.
A HORTA DO LOUREIRO
Por se tonar bem conhecido este terreno, pelas peripécias que originou ( ainda não terminaram), pois por volta de 1957, com a saída do campo de futebol, do terreno junto à Praça de Toiros e Hospital, a Misericórdia “emprestou” a Horta do Loureiro”, para a prática dessa modalidade, muito querida pelo povo de Salvaterra. Os anos passaram, e numa Assembleia da Santa Casa, no início deste milénio ( muito concorrida pelos interessados – também estavam à venda os terrenos do Mexieiro), por um valor simbólico, foi cedido a “Horta do Loureiro” à Câmara Municipal, local onde seria construído um Parque Desportivo.
Donativos, fruto de “Cortejos de Oferendas” foi a forma que o Lavrador; Francisco Ferreira Lino, encontrou pois já em 1913, tinha ofertado géneros alimentícios necessários (legumes e leite), durante aquele ano. Em 1941, seu filho Dr. José Henriques Lino, continuando este modelo, usado por seu pai, ceddia anualmete a sua garnde Adega, na Avenida da vila, e nos lagares, eram leiloados, depois dos vistutos cortejos engalanados com campinos e camponezas, as grandes carradas (Carros de bois, carroças e camionetas) de todo o tipo material, que o povo do concelho oferecia à Misericórdia, cuja receita ajudava a suprir os grandes encargos que o movimento do serviço hospitalar.
No dobrar do século XX, ainda se mantinha em Portugal, o entusiasmo pelos Rallys e Corridas de Automóvel. José Asseiceira Cardador, um apaixonado por estas provas, promoveu o primeiro Raly de Salvaterra, em 1955, que levou a cabo nos anos seguintes depois de já ter granjeado boa fama, atraíndo muitos participantes. Alguns davam-se ao luxo naquela época de adaptarem o seu próprio veículo, já em moldes de corrida. Os amantes das motos, também tinham lugar, nesta organização desportiva, que teve cinco provas anuais. Uma volta em Kms (muitas vezes; Coruche - Estrada de Montemor, Recta do Cabo, Porto Alto), por vezes bem percorrida em tempo, originava uma espera daqueles veiculos, ao longo da estrada Benavente-Salvaterra, para não serem penalizados. À tarde, junto do povo, uma prova de perícia na Avenida, ora com fardos de palha, ora com marcadores de cones de madeira, onde os concorrentes tinham de fazer as suas peripécias. Consta das receitas da Santa Casa, em 1956, foi entregue por José Cardador, a receita do II RallY Automóvel de Salvaterra o valor de 3.000$00. Este tipo de eventos, tabém trazia até Salvaterra, grande número de visitantes, o que movimentava o seu comércio da restauração.
Nota: Foto 1 - Portal da entrada do Hospital Velho, de pé perante o entulho do edi´ficio * Foto 2 - Inauguração da Escola "O Seculo" (cedido o original, por Ivone Serra Borrego, em 1980, na imagem está, o aluno, seu pai - João Augusto Borrego * Foto 3 - Conde Monte Real, na corrida de automóvel; Porto – Santarém, em 1936
JOSÉ GAMEIRO
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