O “Aurora do Ribatejo”, despontava no dia de Natal de 1964, como um farol local dos interesses do povo de Benavente, não monesprezando o regionalismo. Naquela primeira edição, na última página constava o Jornal de Salvaterra. Era um desejo do seu diretor e propietário Dr. Joaquim A. Pereira dos Santos, que as populações vizinhas também ali fizessem eco da sua voz, como cidadãos sedentes dedireitos civicos e do progresso. O espaço daquela última página apresentava-se a cinco colunas. As duas primeiras preenchidas com um artigo de apelo, sem autoria, pois refletia uma notícia, cuja insistência vinha de à vinte anos atrás, (re) publicada no Jornal “O Século”.
As outras duas seguintes, estavam encimadas com o titulo de Muge, onde o texto abaixo revivia uma crónica, à muito escrita por um antigo boticário de Salvaterra, Albano Gonçalves, que já nos finais do séc. XIX, colaborava nos diários da capital do país. Naquele dia 25 de Dezembro, o “Aurora do Ribatejo”, não queria deixar no esquecimento, tal como à 20 anos atrás, o assunto já tinha sido razão daquele grito de alarme, fruto das preocupações vindas da terra vizinha. A antiga Capela do Paço real, ainda se encontrava num lastimavel estado de ruína;
QUEM ACODE – A SALVATERRA DE MAGOS?!
Sem qualquer comentário, aliás desnecessário, com a devida vénia transcrevemos do jornal “O Século”, de 2 do corrente: Nas colunas do “Século” o caso não é novo. “Anda por vinte anos que, com persistência e pálidas esperanças de se ser ouvido, aqui se chama a atenção das entidades que preponderam nos serviços de Obras Públicas para o lamentável estado de ruínas em que se encontra a capela real de Salvaterra de Magos, ali, quase a única recordação de um passado que tocou a história, ombreando com outras no mesmo estado …….”
Porque o articulado é grande, julgamos agora nós, a sua desnecessária total transcrição. Pelo que consta da efeméride da altura, alguns cidadãos de Salvaterra de Magos, respondendo ao aflitivo apelo do paróco da vila, custearam alguns remendos a fazer naquele edificio.
O Quadro/Painel, uma relíquia que nos dá conta do ocorrido na Horta do Rei, no dobrar do séc. XVIII, também foi mandado limpar por duas
irmãs- da antiga familia Vinagre.
Estas duas irmãs, solteiras, religiosas devotas, passaram a te-lo à sua guarda, visto a humidade da parede e as portas da capela sempre fechadas, não auguravam boa conservação àquele ex-voto. A obra de madeira e tela pintada a óleo, que comemora a intercessão de Nossa Senhora da Piedade, no salvamento da filha de Francisco Xavier Pinto, em 1746. Anos mais tarde, por volta de 1995, encontrava-se numa sala da Igreja Matriz, destinada a Museu de Arte Sacra, e devido ao seu mau estado de conservação, os autarcas, António Moreira e Joaquim Mário Antão, muito se empenharam na recuperação daquela obra, que foi entregue a Maria Dulce Mourinho da Silva Delgado, técnica de conservação e restauro. Um exame detalhado com identificação das zonas mais visiveis em degradação, deu origem à sua total recuperação.
Quanto ao edificio da antiga capela, no fundo da grande nave encontra-se o altar, onde um Cristo, assenta numa grande moldura, talhada em madeira, com pintura a ouro, trabalho de rara beleza. Tal como na época do angustioso reparo – QUEM ACODE A SALVATERRA,mostra fendas no ajuntamento do madeiramento. As poucas salas que ainda restam do edifício, foram nos últimos tempos “arregimentadas” para o serviço da autarquia e outros beneficiários, fazendo-se ali esporádicamente algumas exposições.
JOSÉ GAMEIRO
Nota: Fotos 1 – Jornal "Aurora do Ribatejo" * Foto 2 - Frente da Capela Real, com muro gradeado e telhado em ruínas, em 1957 - Foto do autor * Foto 3 - Inicio das obras de conservação da Capela real, em 1994 - Foto do autor * Foto 4 - Fim das obras de conservação da Capela, em 1994 - Foto do autor * Foto 5 - Interior da Capela (Grande Nave com colunas e colunatas) e Foto 6 - Altar e Cristo, fotos extraídas do livro " O Paço Real de Salvaterra de Magos" * Fotos 7 e 8 - Quadro/Tela – Ex-voto do milagre na Horta d`Rei, antes e depois de ser recuperado, 1995 - Fotos do autor
. DATAS MEMORÁVEIS
. OS MEUS BLOGS
. PATRIMÓNIO DE SALVATERRA DE MAGOS
. LITERATURA SOBRE SALVATERRA DE MAGOS
. HISTÓRIA DE SALVATERRA DE MAGOS
. DADOS SOBRE O AUTOR
. APRESENTAÇÃO DO AUTOR - INDICE DOS TITULOS
. LIVROS EM FORMATO DIGITAL (PDF)
. LIVROS EM FORMATO DIGITAL (PDF) (COLEÇÃO COMPLETA) (GOOGLE DRIVE)
. HISTÓRIA DO CLUBE DESPORTIVO SALVATERRENSE
. OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE SALVATERRA DE MAGOS
. SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DOS FOROS DE SALVATERRA
. SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DA TAUROMAQUIA EM SALVATERRA DE MAGOS - SÉC XIX, XX, XXI
. HOMO TAGANUS (AFRICANOS EM PORTUGAL) - CONCHEIROS DE MUGE
. SALVATERRA DE MAGOS - VILA HISTÓRICA NO CORAÇÃO DO RIBATEJO
. CLUBE ORNITOLÓGICO DE SALVATERRA DE MAGOS - A SUA HISTÓRIA
. A TRANSPORTADORA SETUBALENSE
. ÁRVORE GENEALÓGICA DAS FAMÍLIAS BASTOS FERREIRINHA E LOPES (materno)
. ÁRVORE GENEALÓGICA DAS FAMÍLIAS CANTANTE, SILVA, NEVES, TRAVESSA E GAMEIRO (paterno)
. SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA DA MISERICÓRDIA DE SALVATERRA DE MAGOS
. SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA - BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE SALVATERRA DE MAGOS - 2ª EDIÇÃO
. PALÁCIO DA FALCOARIA - FALCOARIA REAL DE SALVATERRA - 2ª EDIÇÃO
. A VILA DE SALVATERRA DE MAGOS - 2ª EDIÇÃO
. OS DIAS QUE SE SEGUIRAM AO 25 DE ABRIL DE 1974 - 2ª EDIÇÃO
. RESENHA GENEALÓGICA DESCRITIVA - FAMÍLIAS FERREIRA ROQUETTE & BRITO SEABRA
. OS IRMÃOS ROBERTO(S) - UMA DINASTIA DE TOUREIROS - 2ª EDIÇÃO
. GREGÓRIO FERNANDES E SEUS FILHOS, REFERÊNCIAS NA HISTÓRIA DA MEDICINA PORTUGUESA DOS SÉC. XIX E XX
. SALVATERRA DE MAGOS, CRÓNICAS DO NOSSO TEMPO - I VOLUME
. CADERNOS DE APONTAMENTOS Nº 0 - 6 (VOLUME I)
. CADERNO DE APONTAMENTOS – Nº 7 - 13 (VOLUME II)
. CADERNO DE APONTAMENTOS – Nº 14 - 22 (VOLUME III)
. CADERNOS DE APONTAMENTOS Nº 23 – 29 (Volume IV)