Hoje, é dia de Santo António!...
Se tivesse de escrever sobre ele um trabalho bem elaborado, socorria-me de alguma História associada aos Contos e Lendas que pairam sobre a vida do santo. Como o espaço aqui é pequeno, um curto Post, chegará para usar uma Crónica.
Vem dos tempos que se perdem na memória dos povos portugueses e italianos, o nome do jovem frade franciscano, que nascendo em Lisboa, por volta de 1195, percorreu terras da Europa, e em Pádua, na Itália morreu em 1231. A sua veneração é muito profunda naquela cidade italiana, repartida com a sua terra-mãe, Lisboa.
António, foi o nome escolhido quando entrou na sua vida religiosa. Foi acolhido pelos frades Franciscanos. Depressa, passou a ser conhecido pela sua palavra erudita no campo da conciliação entre casais e famílias desavindas. Na preparação de jovens que ao pronunciarem uma união de casamento, com a bênção dos mandamentos da Igreja, nele tinham aconchego religioso. No século XX, em 1934, foi canonizado Santo, pela Igreja Católica Romana, com registo do Papa… Em Junho, os portugueses passaram a dedicar o dia 13, dia de Santo António, festejos populares. Portugal inteiro, não deixava de fazer arraiais, tal como a São João e São Pedro. A sardinha assada, sendo abundante na época, era assada nas fogueiras, que começavam na noite do dia 12, dando para o bailarico se prolongar até madrugada do dia 13. Nos bairros pitorescos de Lisboa, ainda conservam esta tradição.
Em 1957, o já extinto vespertino Diário Popular, organizou pela primeira vez um casamento onde reuniu vários noivos. Com os meios televisivos existentes, foi uma atracção para o seu tempo de antena, que ainda dura nos dias que passam.
Em Salvaterra de Magos, o tempo dos santos populares, (Santo António, São João e São Pedro), eram aproveitados para os bailaricos, nas ruas. As danças, atraíam os jovens pares, à volta da fogueira, e a miúdas vezes um salto sobre as labaredas das mesmas, faziam aguçar o espirito quente e fogoso da juventude. Era ali, que muitas vezes se concretizava o pedido de namoro, ou a sua aceitação – tudo em surdina, pois as mães das jovens, em grupos, cochichando “coisas” da vida da terra, estavam atentas. As fogueiras, da Rua de Baixo, junto ao Bataréu, eram as mais concorridas, para isso contribuíam as irmãs da família Naia.
Nesse tempo, o namoro decorria entre as 9 e dez horas da noite, à janela, ou à entrada da porta, com esta meio-aberta (caso não existisse janela), e durava uma hora. O namoro era um compromisso solene, tinha inicio sempre com a permissão do pai da jovem, que antes da procura do pretendente, e conversa para receber anuência, a mãe da jovem preparava o marido, com uma pequena conversa, do que estava acontecendo à filha. Dali em diante estava escolhida para um compromisso que levaria ao casamento. Muitos pedidos de namoro, depois dos jovens trocarem simpatia um pelo outro, através de constantes olhares meigos e amorosos, chegava através de carta.
Nesta crónica, registo faz hoje 50 anos que minha esposa me aceitou namoro. Foi em 1962, vivíamos em frente um do outro. Eu, trabalhava na rodoviária, a minha escolhida para futura esposa tinha habitação, onde agora está instalada a sede do Núcleo do Sporting. No dia 11, recebeu uma carta por correio, com a minha declaração de amor, logo no dia 13 me entregou um bilhete postal, em mão, num acto discreto com a aceitação, mas pedindo que se fizesse segredo por uns meses, pois ainda não tinha autorização do pai, por não ter idade para tal compromisso. Tal namoro, concretizou-se em casamento 7 anos depois (contribuiu para esta contabilidade, 4 anos de serviço militar obrigatório – estava-se em guerra). Dessa união nasceram dois outros amores. Os filhos.
Aqui está uma pequena inconfidência pessoal, tornada crónica jornalística, de como um namoro, aceite no dia de Santo António, cheio de amor, ainda dura à meio século.
Outros tempos!....
Nota: Bilhete Postal – com declaração de aceitação de namoro de 1962
Foto- Casamento do autor 1968
JOSÉ GAMEIRO
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