Presado Vereador, Helder Esménio.
As noticias que vai dando, no seu blogue “fazer por Salvaterra”, vão-nos informando, a nós munícipes de Salvaterra de Magos, de como vai decorrendo a vida autárquica neste concelho. Quanto, às reuniões de câmara é coisa de apreciar e tomar boa nota!…
No que concerne, às dependências, a que estão sujeitos das ordens presidenciais, os vereadores da maioria, que governa o município salvaterreano, teremos que nos debruçar um pouco mais, para "encontrar o nó" daquele jogo de quadradinhos. Temos nós os eleitores de admitir que estão ali, aqueles vereadores a tempo inteiro, sugeitos a uma permanência rigorosa num “passo marchador” deixando esvaziar o seu saber, penosamente, mês após mês, tutelados como estão.
Presado Vereador,
Essa, coisa do AEROGRAMA!...
As suas preocupações, fazem-me recuar no tempo, talvez aí para o ano de 1957.
Naquele tempo, era "notória a eficácia" do então Presidente da Câmara; José Luís Brito Ferreira Roquette. Estava empregado, em Lisboa, vinha às quintas-feiras à tarde ( duas vezes por mês). Um táxi era o seu meio de transporte, com chauffeur fardado com boné e tudo. Este para passar o tempo de espera, lá ia dar dois dedos de conversa, com o Amadeu Eduardo da Silva, também alugador de táxi, nesta vila. O presidente, presidia às reuniões camarárias em duas três horas e, tinha sempre a preocupação, de perguntar aos seus vereadores, se as suas ordens, estavam a ser cumpridas ( muitas vezes as dificuldades encontradas, eram resolvidas através de troca de telefonemas de e para Lisboa).
O vereador, fiel depositário dessas ordens – Engº Carlos Costa Freire, lá ia dizendo, está tudo conforme, o senhor presidente manda!...
No entanto no terreno lá ia fazendo as suas “diabrites”. Uma delas, na então Vala Pequena (1), que esgotava as águas dos campos para a vala real, mandou construir um pequeno pontão em tijolo e cimento, pois queria “agradar” aos petizes que ali aprendiam a nadar. Num dia, de águas mais “zangadas”, lá se foi a construção. Partiu-se em pedaços, desapareceu.
Um Fragateiro, sentiu-se lesado, solicitou uma indeminização de um par de botas, do filho, que desapareceram, naquele acidente, que trouxe prejuizos ao erário público.
E elas, as botas, que foram compradas na credenciada Loja do Fanqueiro e Retroseiro; Carlos Torroaes, pelo especial prêço de 10 escudos
(dez mil réis, para as pessoas mais idosas). Sendo um preço especial de amigo, custou os olhos da cara!...
O Presidente da câmara, José Luis Roquette, respondeu: Queres um par de botas?
Num par de botas, estou eu metido!... Pensava eu, que tinha tudo controlado!....
Dizemos nós. Quem tudo quer supervisionar!...
Presado Verador,
Essas, suas noticias, bem guardas, talvez um dias se possam juntar há que acima descrevo. Nada é de desprezar, pois fazem parte da história de Salvaterra de Magos.
(1) Espaço, onde por volta do ano 2000, foi ocupado com uma ETAR, na vila de Salvaterra de Magos.
JOSÉ GAMEIRO
Quando eu, era jovem e, escrevia para o “Jornal Aurora do Ribatejo”, tive interesse em saber algo sobre Albano Gonçalves, antigo boticário da vila de Salvaterra de Magos. Muitos anos depois da sua morte, o povo idoso, ainda falava dele com carinho. Jerónimo da Fonseca que, chegou a ser Vereador Municipal, dele escreveu nos jornais, pois foi seu aprendiz, nos segredos das “mezinhas” farmacêuticas.
Albano Gonçalves, colaborou na imprensa da sua época, com o pseudónimo de Alberto Calderon,
Anos mais tarde vim a confirmar por um seu artigo que, foi inserido no livro “ANAIS DE SALVATERRA” e retirado do “Novo Almanaque Luso - Brasileiro, para o ano de 1882, que tal escrito, descrevia a visita a Salvaterra de Magos e, a Muge, de uma delegação de congressistas que, vieram ao Porto, em 1880, participar num Congresso de Arqueologia Pré-histórica.
Muitos anos depois, em 1998, soube que existiam 7 pequenos filmes da época, encontrados na biblioteca do Museu do Porto, encontrados por investigadores do Instituto de Antropologia da Faculdade do Porto, Disso, escrevi no Jornal Vale do Tejo, uma crónica intitulada; “FORAM DESCOBERTOS OS FILMES MAIS ANTIGOS DA ARQUEOLOGIA NACIONAL”. sendo de de 2/3 minutos cada, precisam de grande restauro, pois datavam de 1930/31.
Era um importante contributo documental e cinematográfico, para a história dos “ Concheiros de Muge”.
Para além das estações de Concheiros em Muge, nas margens do Tejo, as primeiras a serem catologadas por Carlos Ribeiro, (1813-1862), pois tinham sido encontradas em recentes trabalhos agrícolas, nas terras do Paul de Magos e Quinta da Sardinha (Salvaterra de Magos). As escavações de Muge, com os esqueletos encontrados, têm sido preservadas, ao longo dos anos, pois estão em terrenos particulares – Casa Cadaval.
A Pedra lascada, encontrada em terras de Muge, Granho e Glória do Ribatejo, são vestígios da permanência do nosso antepassado “O Homo Taganus”, que terá ocorrido, no Paleolítico Superior, como sustenta o arqueólogo A.A. Correia, um persistente estudioso daqueles locais, na primeira metade do século XX e, que tem continuado todos anos por outras equipas.
Há dias, em 3 de Março de 2011, o Governo, em Conselho de Ministros, deliberou considerar os “Concheiros de Muge”, Património Nacional.
VISITA/ OU EXCURSÃO A MUGE
Albano Gonçalves/ ou Alberto Calderon, escreveu a noticia “ Os delegados ao Congresso de Arqueologia Pré-histórica, fizeram uma excursão a Muge, em 24 de Setembro de 1880, onde foram recebidos com magnificência. As povoações vizinhas juntarem-se aos festejos da chegada dos ilustres visitantes.
Nas extremas do concelho de Salvaterra, erguia-se um arco triunfal, com a bandeira nacional no topo, circundada por muitas bandeiras de diferentes nações; e o caminho do percurso achava-se abrilhantado por outras inúmeras bandeiras. As girândolas de foguetes anunciaram a todo o concelho aquele dia festivo.
. Pelas dez horas da manhã, chegaram os membros do Congresso, em trens tirados a duas parelhas, na frente dos quais vinha o governador civil e o presidente do Congresso, Júlio Lermina. Junto ao arco triunfal, estava a câmara municipal, com seu estandarte; e detrás da câmara postara-se uma força de cavalaria de espadas desembainhadas.
De um a outro lado do campo, enfileirava longa enfiada de cavaleiros e de campinos a cavalo, com seus trajes regionais, e não menos de 500 pessoas constituíam as alas, da recepção. Chegados ao arco, os trens pararam, e então a câmara de Salvaterra, composta: por: Vicente Lucas de Aguiar, Presidente, os Vereadores: Albano Gonçalves, António da Silva, Ezequiel Pacheco, Joaquim Menezes, Joaquim Guilherme, e o Administrador do concelho, Marcelino Monteiro, todos de pé, descobriram-se e cumprimentaram o governador civil e o presidente do congresso. Em frases concisas e respeitosas, deram as boas-vindas que terminaram com vivas à ciência e ao Congresso Mundial.
Os visitantes, apearam-se e corresponderam às saudações, e em breve elocução, agradeceu as felicitações da câmara, o congressista português, Andrade Corvo.
Por sua vez, o presidente do Congresso, também discursando em língua francesa, exaltou de modo lisonjeiro os sentimentos do povo local, que acabara de ouvir do presidente da câmara municipal, a consideração que lhe merecia. Depois ouviu-se a filarmónica, e ao longe o imenso estalejar dos foguetes. Os excursionistas seguiram para os Montículos de Arruda, onde estavam as escavações, feitas havia pouco tempo; e ali tiveram ensejo de observar os esqueletos humanos antiquíssimos e alguns sílexes manufacturados.
Os esqueletos apresentavam-se de costas com as pernas curvas sobre as coxas, e alguns estavam confusamente amontoados, e outros em posições diferentes; todos tinham belos dentes chatos e rijos. Acabada a festa, numerosas famílias estenderam no chão as toalhas para as refeições e espalharam-se em grupos pelo campo, comendo e bebendo em alegre convívio.” Alguns esqueletos, foram oferecidos para figurarem em Museus estrangeiros.
Também o jornal “Diário de Noticias” no dia 25, em primeira página noticiava que, uns cinquenta congressistas haviam chegado a Muge, freguesia do concelho de Salvaterra de Magos, no dia antecedente, uma sexta-feira.
A pedido do governador do distrito, fora exibida uma parada de trabalhadores dos campos e campinos de pampilhos em punho, e um congressista estrangeiro, entusiasmado, exclamou: Que pena não podermos levar um destes campinos para o nosso museu !
Que belo exemplar etnológico!
Nota: Do Livro de Apontamentos Nº 40 da Colecção “Recordar, Também é Reconstruir..! – Do Autor
JOSÉ GAMEIRO
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