Há dias, o meu telefone tocou….! Era uma chamada de uma estudante, residente em Lisboa, que estava a fazer a licenciatura sobre o tema “ Teatros Régios”. Esteve na Torre do Tombo, viu os meus livros ali depositados. Fez vários contactos e todos eles indicavam ser eu, a pessoa indicada para completar, um conhecimento mais profundo sobre o local onde teria existido o Teatro Real da Ópera de Salvaterra. Era uma necessidade, para o seu trabalho académico. Naquele contacto, dei-lhe conta que não tinha conhecimento de qualquer “caboco”, que nos leva-se a
tal pretensão. No entanto, podia ajudar…! Para além de alguma documentação, tenho em meu poder uma gravação áudio, quando escrevia para o “Aurora do Ribatejo” e, naquele tempo “desci ao terreno”, para uma recolha junto do povo. Entrevistei, pessoas que viveram em dois séculos, algumas agora teriam mais de 115 anos de idade. Questionei e confrontei, entre elas, o local onde poderia ter existido o Teatro do Paço Real de Salvaterra. "Estive no local com uma delas, que me disse, ter assistido, quando menino, à destruição de algumas das suas paredes, Foi a “Fogo”, cujas explosões levavam pedaços de pedra, para muito longe. No local, viria a ser construída, anos depois uma grande adega e, um grande barracão pegado. As fundações dessas construções, ocuparam o mesmo espaço, do teatro. Aliás era uma informação de vinha de geração em geração. As novas obras ficaram encostadas às chaminés e, foi utilizada muita da pedra que por ali estava amontoada. Ainda brinquei lá dentro, nessas ruinas do palácio, havia lá um poço com parede redonda, “diziam que os soldados também de lá bebiam água”. Lá dentro, entre outras pessoas, havia lá a morar o António Lapa, que criava galinha". Disse-me, também…!” Anos mais tarde, entre a adega e a horta, em terreno vazio, com valado, foi aberta uma estrada, que ia dar às “cavalhariças” dos animais das guarnições militares; umas do palácio, outras que por aqui passavam. Salvaterra, com os terramotos e fogos, ao longo dos tempos, ficou mais pobre. Ficou sem o seu palácio e outras construções seculares. Em 1953, apenas existiam quatro edificações, que foram consideradas oficialmente “monumentos de interesse público”. Algumas destas estavam na posse de particulares. Os anos passaram…! No que toca, às antigas chaminés das cozinhas do Paço real de Salvaterra, na década de 50 do séc. XX, passaram a estar incluídas, no “Restaurante Típico Ribatejano”, eram conservadas, até porque serviam de atracção turística. O Ribatejano, fechou ao público, nos anos 80, todo o seu recheio ficou tal como se achava. O Património Monumental de uma vila, como Salvaterra de Magos, que foi rica, estava cada vez mais empobrecido. O Palácio da Falcoaria e o seu Pombal, estava em Ruinas e, tinha sido adulterado, pelos seus sucessivos donos. As chaminés, e a Capela real, eram a “jóia da terra”, uma riqueza que toda a população tinha vaidade em dizer que existia e mostrar aos visitantes. Em 2004, conforme noticia do jornal “O Mirante”, em 22 de Julho, começa mais um empobrecimento
o pouco que já havia. Uma contenda jurídica, leva a que o proprietário das chaminés, entreponha acção em tribunal, contra um empreiteiro, que no espaço da antiga adega, à época ia construir uma nova urbanização de moradias, e a câmara Municipal, que licenciou a construção e, a Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais Ambas não salvaguardaram este património de Salvaterra. Uns dias depois, do contacto telefónico acima referido e, da insistência que a jovem estudante punha em vir a Salvaterra. aqui chegou. O Dia estava lindo, o sol brilhava, os sons dos clarins e dos tambores, ecoavam pelas ruas da vila. Havia desfile de Fanfarradas dos bombeiros…! Quanto a uma visita às chaminés, ela foi impossibilitada, pois encontram-se escoradas por dentro e, em estado de caírem a qualquer momento, disse-me o seu proprietário, com grande sofrimento e angustia. O espaço onde poderá ter existido o Teatro da Ópera de Salvaterra, foi por mim indicado, além de levar a jovem estudante e sua família a percorrer muitos locais históricos da minha – terra, Salvaterra de Magos. É um alerta..! Daqui a muitos anos, as gentes que hoje vivem e dizem gostar da sua terra, vão passar e ningém mais se vai lembrar deles, mas o Património histórico de Salvaterra, de muitos séculos, aos poucos vai deixando de existir...! Nota: Agora guardo, tais informações dos idosos em CD, com o título “Em busca do Teatro da Ópera de Salvaterra de Magos” Fotos 1ª do Autor - 1997 * 2ª Foto Jornal "O Mirante" 2004 * 3ªFoto EN 118.2, as ruas e construções lado esquerdo são obras depois do terramoto de 1909 * 4ª Foto, marco do inicio da EN 118-2 JOSÉ GAMEIRO
Valeu a pena,,,,,! Valeu apena, ter vivido para poder gritar, viva à República, neste dia 5 de Outubro de 2010. Aquele convite a todos os presentes de darem vivas à REPÚBLICA, num empolgante entusiasmo, que a Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação; Idália Moniz, fez quando acabava de inaugurar os novos pavilhões, da que passa a ser a Escola Básica e Secundária de Salvaterra de Magos. A República, comemorava 100 anos. Um dos grandes desígnios, dos homens que lutaram por ela, foi a escolaridade para todos os portugueses. Eu, tive a oportunidade, de frequentar a escola primária, já lá vão 60 anos, havia uma para rapazes e uma outra para raparigas. Os meus estudos ficaram por ali, aliás como ficaram os da maioria de alunos. O mundo do trabalho, esperava por nós…!
Muitos anos passaram, um dia foi com imensa alegria, que assisti à inauguração da escola secundária, da minha terra- Salvaterra de Magos, na década de 80 do século passado, a juventude poderia agora ir mais além nos seus estudos. Naquele tempo, era autarca, e muito feliz andava, quando a escola aceitou ter o nome de um iminente cientista, cá da terra; Dr. Gregório Fernandes. Foi por proposta minha, que José Teodoro Amaro, homem de grandes projectos para o desenvolvimento da nossa vila, aceitou o seu nome, depois de várias pesquisas. Agora no dia da comemoração dos 100 anos da República, perante um auditória cheio, onde predominavam os alunos e familares. foi o melhor presente de aniversário, que os jovens tiveram, uma nova escola para puderem ser mais cultos, que as gerações de seus pais e avós. Foi com grande emoção que assisti, aos oradores presentes na mesa quando da sessão de boas vindas. As novas gerações, podem e devem aproveitar as novas instalações, agora postas ao seu dispor. Se assim o fizerem, engrandecem-se e engrandecem Portugal. Deixaremos, de ser um povo de analfabetos, foram algumas palavras ouvidas do brilhante discurso, que aqui deixou a Secretária de estado; Idália Moniz. Nota: Na mesa esteve, Maria Manuel Pereira Esménio, Presidente Conselho Administrativo da Escola, que convidou para a ladear; Idália Moniz, Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação e a Vereadora, Pombeiro, com o pelouro da Cultura da Câmara de Salvaterra de Magos, em representação da Presidente da Câmara, que não pode estar presente. JOSE GAMEIRO Ver: Video Nº 44 ( blogue – www. http;// historiasalvaterra.bloges.sapo.pt)
Poderá ter sido um lindo sonho, de alguns presidentes das câmaras, que estão na LEZIRIA DO TEJO (incluídas na antiga Lisboa e Vale do Tejo), criar a empresa AR - ÀGUAS DO RIBATEJO, uma empresa municipal, sob a forma de sociedade anónima., com capitais 100% públicos e, que pretende servir cerca de 108.000 habitantes. Teve o seu inicio, em 2007. Não devia haver razão para duvidar, leia-se numa passagem da mensagem do seu presidente do conselho de administração; José Joaquim Gameiro de Sousa Gomes, pois eram seus propósitos “ incluímos a optimização dos sistemas já existentes e a construção de outros, sobretudo na área do saneamento básico, o que significa que a nossa Região fica ao nível das Regiões mais evoluídas do mundo” (1]. A empresa, tem na sua missão o propósito da responsabilidade, bem servir os 108.000 habitantes dos municípios abrangidos. A história, ainda está no início. Um dia poderá ser contada, mas pena será, que muitos estragos vá deixar pelo caminho. O seu percurso, vai ser penoso, para os que nela vão intervir, quer como clientes a nível individual, quer a nível de cidadão anónimo que paga impostos, que vão recair por “atacado” nos cofres das autarquias: Benavente, Alpiarça, Almeirim, Chamusca, Coruche e, Salvaterra de Magos. Nestas mudanças, existem sempre os descontentes, m
e mesmo aqueles saudosistas, poderá ter-se pensado no seio daqueles autarcas.
Mas era inevitável, tinha-se que tomar esta decisão. Mas quando são decisões justas, a bem do povo, este até aplaude….! Muitas outras câmara, ainda não o fizeram, sabe-se lá porque? As despesas, deixariam de existir, especialmente com o pessoal e seus encargos e, com a manutenção do parque (viaturas, acessórias, etc.). Vou-me cingir ao município de Salvaterra, concelho onde tenho a minha habitação á cerca de 40 anos. A maioria que governa actualmente este concelho, desfez-se de um punhado de trabalhadores (passaram para as AR, aliciados por melhores condições de trabalho, especialmente vencimentos mensais), quando da mudança foi o que se viu e ouviu. Raios e Coriscos, o consumidor, bem barafustou…. barafustou….! Disse das suas razões.
Os esclarecimentos vieram, as AR, tentaram acalmar os mais excitados, até porque antes de entrarem em actividade, já tinham achado por bem enviar correio, os novos preços de consumo e taxas. O consumidor, lá foi pagando, essa exerbitancia de preços, julgando nada mais puder fazer. Ningém os ouve. Pensaram...! Em qualquer sitio aqui no concelho, quando se fala em pagar a factura da água, “hái, aqui del-rei”, mas todos lá vamos pagando os consumos de água. No meu caso pessoal e, para se fazer uma comparação aqui vai. Com o mesmo espaço de habitação que tenho ainda hoje e, o mesmo numero familiar, em 1999, a câmara de Salvaterra de Magos, facturava uma média de dois mil escudos (2.000$00) por mês. Quando passou a "bola", o seu último recibo de Maio de 2009, foi de 14,84 euros. Devo notar, que o municipio incluia, o valor de ALUGUER DE CONTADOR, uma taxa considerada ilegal por algumas entidades. As AR, iniciou em Junho seguinte a cobrança, emitindo um recibo de 16,11 euros mensal, valor que incluia "UMA QUOTA DE SERVIÇO". A Facturação desta sociedade pública, foi sofrendo alguma actualização e, no passado mês de Setembro, foi-me posta à cobrança a factura/recibo, de vinte e dois euros (22,000 euros), tendo incluída uma taxa “CONTA DE TERCEIROS”, agora em substituição de Quota de Serviços.
A Câmara Municipal de Salvaterra, desde 1951, oferecia a água às instituições de solidariedade Social do concelho, os jardins públicos (árvores, relva e flores) eram regadas (quando eram), com água vinda das suas captações. Agora ao que consta, a próprio município e aquelas instituições estão a pagar o consumo. Todos os espaços verdes, já foram dotados de contadores, daqui em diante têm os dias contados. Nos dias que passam, para economizar, é mais fácil cortar e suprimir a beleza de uma terra, as suas zonas verdes, como já se vai vendo.
(1) - Águas do Ribatejo-Internet
JOSÉ GAMEIRO
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