CRÓNICA DO NOSSO TEMPO
COMO SE COMEMORAVA, O NATAL, EM SALVATERRA E MAGOS, NO SÉC. XX
O século já ia a mais de meio, e aquele ano de 1955 estava a chegar ao fim. A época de Natal já provocava a grande azafama, com os preparativos das festas em família. A população do pais, ainda sentia grandes restrições económicas e sociais, que a II guerra mundial tinha deixado, mesmo estando a ficar distante no tempo.
Aqui, em Salvaterra de Magos, terra da Lezíria, o seu povo rural, vivendo dos parcos rendimentos das jornas, que davam apenas para alegrar a mesa naquele dia festivo em família, A matança de um galo/galinha, era uma lauta refeição de almoço. O galináceo, era fruto de criação em casa, e tinha sido alimentado com milho e outros cereais, apanhados no rabisco, no fim das colheitas, nos campos da borda de água.
A mesa era composta com alguns pratos de arroz doce e broas doces, adquiridas na mercearia, onde se fazia as compras com role. e. coscorões, cuja massa, foi frita no mesmo azeite, dos filhoses. Estes eram feitos com abobora cozida, cuja massa ficava a levedar desde o dia anterior para serem fritos segundo uma receita, que levava aguardente, guardada pelas mulheres idosas, na terra. Esta era a bebida ao alcance das compras, e toda a gente já graúda, não deixava de beber um cálice.
O vinho, substituía naquele dia a água-pé, semanal incluída na jorna do homem, quando conseguia na praça mais alguma regalia no preço da jorna. Na casa dos rurais mais prendados, com as posses mais largas, a mesa era igual, e não deixava de ter uma garrafa de vinho, e uma outra de Aguardente envelhecida. ofertas do patrão, aos jornaleiros, que tinham contrato anual.
Era um compromisso feito com aperto de mão, (iniciava-se/ ou renovava-se pelo São Miguel). As regalias daqueles mimos, eram levantados, nas Adegas, das Casas Agrícolas dos Lavradores da terra. Depois do convívio da consoada, a miudagem antes de deitar-se, colocavam o seu sapato, (naquele tempo usava-se também sandálias), na grande chaminé de boca larga, da casa. A noite era passada, num dormir desassossegado, na esperança de manhã do Dia de Natal, lá encontrar, a prenda do Menino Jesus, que naquele tempo, cingia-se a um par de meias, em virtude da pobreza em que se vivia.
A gente urbana, onde as economias, davam para ter a sua mesa era mais composta, lá estavam os pratos do arroz doce, Noutros mais pequenos, os palitos seguravam entre as carnes frias, as rodelas de chouriço fumado, produto artesanal das salsicharias locais. Os fritos tinham espaço próprio, com as rabanadas, os filhoses de abobora. Entre os bolos, as fatias do bolo podre, embelezavam a mesa. A sua receita já muito apreciada na região ribatejana, desde o séc. XVIII, tinha aqui os seus apreciadores. Os bolos frescos de pastelaria, muito em voga, eram novidades, fruto de trocas de saberes entre vizinhas.
O Bacalhau e as couves, entravam na refeição da noite da consoada, já com a família reunida e alguns convidados. O cabrito, assado n forno, era a ementa no dia de Natal, Estas famílias, não deixavam de ter em casa, e oferecer, aos amigos, bebidas finas, pois na vila, existia a fabrica artesanal do Álvaro Lopes Rosa, que no seio familiar, fabricava Aguardentes velhas e bebidas licorosas. Entre a muita rotulagem, a sua Ginja, era afamada, desde 1910, ano do início da sua laboração.
O vitivinicultor, Virgolino José Torroaes, tinha Adega na antiga rua de S. António, e o vinhedo na Courela das “Botelhas”, no campo a beijar o rio Tejo, A sua marca já estava credenciada no mercado, com as suas bebidas de Aguardentes velhas, entre as bebidas licorosas, como, o “Toiro Real. Usava um pequeno Alambique a lenha, sobre a orientação do credenciado Adegueiro; Gaspar e o seu Ajudante Benjamim Mendonça, homens de confiança da casa.
*José Gameiro
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Fotos do Autor
FESTAS DO FORAL, DOS TOIROS E DO FANDANGO EM SALVATERRA DE MAGOS
A vila de Salvaterra de Magos, depois de um largo período sem festejos com características populares, em 1966, o seu presidente da Câmara Municipal; José Matias Pinto de Figueiredo, apoiou a ideia de um grupo, que à muito mostravam interesse em voltar a dar uma nova vida festiva a esta terra. Dando seguimento às duas edições anteriores, em 1968, o 3º evento das “Festas dos Toiros e do Fandango”, voltou a ter lugar em Maio, em tempo da Feira Anual da vila.
.A Comissão com a saída de alguns elementos foi renovada. Eu, tinha acabado o meu contributo de militar e, regressado a casa fui convidado por; Joaquim Parracho Figueiredo e José Manuel Cabaço, ingrossando a lista dos novos colaboradores; a integrar o. grupo. Manuel Correia Cruz Parracho, Evaristo Filipe Andrade, José Teodoro Amaro, Mário Maymone Madeira, Mário Duarte Travessa, Edmundo.Nestório Monteiro (Borrego), Acácio Santa Bárbara, Miguel Viegas, Vidaul Silvio Cabaço.
Todas as noites, eu, Joaquim Parracho, Manuel Cruz Parracho e José Manuel Cabaço, no antigo edificio manuelino, na sala que um dia albergou os CTT da terra, faziamos a colocação de lampadas coloridas em rolos de fio, que seriam estendidos na Av. principal da vila, onde Mário da Silva Antão, continuou empenhado nos trabalhos de electricista. O Pavilhão da Caridade, continuou a cargo do Ganadero; João Sarmento Ramalho e sua esposa Teresa Ramalho, sendo esta a sua grande dinamizadora. A entrada dos Pavilhões de exposição continuou ornamentada com o modelo usado desde o seu começo, em 1966,. ocupando o terreno que foi campo de futebol "António Roquete" e usado em tempo da Feira Anual.
Ruy e seu irmão José Andrade, responsáveis dos Parodiantes de Lisboa, anuíram na feitura do programa na parte cultural e artística – função que tomaram no início, em 1966. A presença do Governador Civil de Santarém, voltou a anuir com a sua presença na abertura dos festejos, bem como o Presidente da Câmara de Salvaterra de Magos.
As largadas de toiros, prato forte dos festejos da terra, tinham lugar no terreno junto ao celeiro da JNPT. Um torneio de “Tiro aos Pratos” foi organizado pelos irmãos Cabaço, no Campo do Massapez, que fez parceria com a prova de “Motonáutica”, uma organização de Mário Maymone Madeira, que contou com os Irmãos Raposo, da Scudaria Magos, realizada na Barragem de Magos.
No recinto foi instalado um grande palco para actuação dos musicos e cantores. Numa noite actou a Tuna Academica da Universidade de Coimbra. Os estudantes andavam a ser vigiados pela PIDE/DGS, pela sua constestação ao governo, e a meio da sua actuação foram impedidos de continuarem por esta plocia politica. As festas em Salvaterra, acabaram!
Após um londo tempo sem festejos na terra, em 1983, com a colaboração do Escuteiros, iniciu-se no dia 1 de Junho, as Festas do "Foral dos Toiros e do Fandango de Salvaterra de Magos", denominação usada até hoje e, tinha a duração que se iniciavam a uma sexta-feira e ocupavam dois domingos.
No novo formato as festas usavam as Largadas de toiros, provas de Campinos, de várias Casas Agrícolas, Pavilhões explorados pelas instituições e colectividades . Um palco montado no largo dos Combatentes, era usado para uso musical, e teatro de amadores da terra, organizado pelo casal; Manuel Santana Lobo e Fernada Policarpo..
Eu, encarregava-me da exposição , na Capela Real, com mostra dos usos e costumes das gentes da terra .usados nos finais sec XIX e primeira metade do séc. XX. Uma noite destnada à sardinha assada, com distribição com vinho e pão - distribuição grátis, com o vinho ofertado e o pão recolhido nas padarias, sendo cortado pelos grupo de Escuteiros..
Uma prova de tiro aos pratos, uma organização dos irmaões Cabaço, no Massapez, juntava-se uma realizada pela Scudaria Magos, na Barragem de Magos, onde Mário Maymone Madeira e os irmãos Raposo, davvam o seu contributo na organização. Uma prova de “motas e carros”, com provas de estrada e rally,também constava no programa..
*José Gameiro
Nota: * Fotos Prova de Campinos * Palco Largo Combatentes e Tasquinhas, rua 25 de Abril * Do Autor
HOMENAGEM
(O Busto de D. Dinis)
Salvaterra de Magos, estava a comemorar os seus 700 de povoação urbana e concelho, a solenidade do dia 1 de Jjunho de 1995, levou a autarquia local, sob a presidência do Dr. José Gameiro dos Santos, a homenagear o rei D. Dinis, pois foi dele que recebeu o seu primeiro Foral.
No grande Largo, em frente ao edifício municipal, existia o antigo Pelourinho da vila, que em 1872, foi demolido servindo o espaço para acrescentar o arvoredo que ocupava o local.
Em 1895, ali iniciaram-se as obras para um jardim publico, que sendo murado, tinha gradeamento em ferro. Dando ligação ao novo mercado diário de viveres, que também foi levantado.Um Coreto, foi autorizado construir pela Sociedade Musical Recreativa Salvaterrense, cuja obra depois de pronta, foi oferecida à Câmara Municipal, em cerimónia publica, em 8 de Julho de 1896.
Decorria o ano de 1956, o mercado diário, foi desactivado, sendo as suas bancas do peixe, mudadas para um novo edifício construído, junto ao Quartel dos Bombeiros, da terra, e que serviria provisoriamente. O Muro do jardim foi deitando abaixo e, o Coreto, sendo o seu gradeamento distribuído para várias vedações públicas, entre elas a escola primária: Presidente Carmona, da vila.
O grande espaço, ao longo dos anos, sofreu vários “remendos” de jardim, e em 1995, o executivo da câmara; sob a presidência do Dr. José Manuel Gameiro dos Santos, aproveitando a data de i de Junho, dia que o rei D. Dinis, assinou em 1295, o Foral doada a Salvaterra de Magos. - inaugurou um Busco a D.Dinis prestando-lhe assim uma homegem de reconhecimento.
O desenho foi do Arqtº italiano; Flávio Barbini (estagiário nos serviços de obras da município), e a escultura em bronze do escultor; Rogério Temóteo.
Naquele dia, o público esteve presente em grande número, acompanhando a cerimónia, abrilhantada pela Banda de Música dos Bombeiros locais, com uma representação de um terno de bombeiros e estandarte.
As forças vivas do concelho, acompanharam o convidado de honra; o governador civil de Santarém; Silvino Sequeira, que também usou da palavra, tal como o Dr. Gameiro dos Santos, num discurso lembrando o homenageado e, o Foral por ele atribuído a Salvaterra, que agora fazia 700 anos.
*José Gameiro
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Nota: Fotos do autor 1) – obtida num momento de humor -em que o jovem músico; Luís Andrade faz “Continência” à estatueta D. Dinis *2) José Gameiro, funcionário municipal e Flávio Barbini, junto da estatueta de D. Dinis * 3) Foto de D. Dinis após a Inauguração
CRONICA DO NOSSO TEMPO
OS BAILES DA PINHATA, VINHAM DEPOIS DAS CEGADAS DO ENTRUDO
em Salvaterra de Magos
Depois de 1926, quando as convulsões politicas que não deixavam estabilizar o regime republicado de 1910, houve em Salvaterra de Magos, um tempo de “poisio” na vila, até que por volta de 1935, ainda havia aqueles que gostavam de aproveitar o tempo do Entrudo, para fazer grandes cegadas – parodiando, os hábitos e costumes da época.
Naquele reduzido grupo, pertenciam; O Pedro Santos, o Álvaro Lopes. O António Paulo Cordeiro, o Augusto da Luz e o mais novo; José Miguel Borrego, eram os que davam mais nas vistas naquelas paródias do Carnaval.
Entre eles, havia quem tocasse guitarra e bandolim, e depressa motivaram os mais jovens da terra, para a organização de um grupo coral, na recém-criada Banda de Música nos Bombeiros, mas a ideia não vingou, e só em 1936, se conseguiu a formação de grupo cénico, que mobilizou os rapazes e raparigas, para as primeiras récitas apresentadas em público.
A idosa Josefina Vidigal, em 1989, numa entrevista que lhe fiz, lá foi dizendo “ Eu, menina na época, e aprendiz de costureira de alfaiate, ouvia dizer aos mais antigos, que as Cegadas na época do Entrudo, eram ensaiadas na oficina de alfaiate, do mestre; Augusto da Luz, que viria a ser meu sogro, onde aa moças aprendizes de costureira também participavam”, na decoração da sala para o baile da Pinhata.
Aqueles festejos eram esperados com muita ansiedade, pois as sessões noturnas, no Grémio <artístico Salvaterrense, que tinha sede na Rua do Forno de Vidro, na vila. Apenas os sócios daquela Associação Recreativa, tinham acesso aos espetáculos, ao longo do ano, sendo os bailes ali realizados, com entradas livres.
Naquelas sessões do Entrudo, os homens em palco, mascaravam-se à "tronguedo", com roupas de mulheres, e cantavam farsas burlescas, que ia até às frases obscenas. Os cenários completavam-se com um ambiente musical, de alguns instrumentos de cordas, onde entravam as guitarras e bandolins, tocado pelo maestre; António Cordeiro e o Álvaro Lopes.
Acabado o espectaculo, após um inervá-lo, iniciava-se um baile. As cadeiras da sala eram retiradas para o vasto espaço ficar livre, e a porta era aberta para a entrada da gente da terra, não sócia, que quisesse participar no baile. Uma grande pinha construída em madeira, com doçarias lá dentro, era pendurada no tecto.
Mais me disse; a D. Josefina, que as fitas de várias cores, depois de leiloadas, entre os rapazes, eram penduradas na pinha. Um par de namorados, eram escolhidos “rei e a rainha” desse primeiro baile, abrindo com a primeira dança, seguindo-se todos os presentes – a festa durava até ao raiar do dia de domingo.
Nas semanas seguintes realizavam-se, estes bailes da “Pinhata” serviam para os festejos da época da Páscoa, que acabavam em Abril, na véspera da Quarema. Em cada baile, fazia-se um inervá-lo, para o sorteio do novo par “Rei e a Rainha “, do próximo baile. A seguir, o par da noite, puxavam um cordel, abrindo-se a grande pinha, que deixava cair rebuçados e amêndoas, em grandes quantidades, sendo distribuídos pelos jovens presentes, e pelas mães das jovens moças, que ali estavam sentadas, vigiando as filhas.
*José Gameiro
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Nota: Fotos - Origem do Fb
A BARRAGEM DE MAGOS
Uma obra Hidro-agrícola, com 87 anosSendo a primeira no pais, segundo o projecto feito para o local, estava numa bacia, em zona de Várgea, ocupava terrenos arenosos sob argila. Aquele vasto terreno, tinha uma Albufeira, pertencendo ao Golfo do Tejo, nas baixas do Sorraia. Situada na Ameixoeira, um dos sítios referenciados em 1295, no Foral assinado por D. Dinis – documento que levou Salvaterra de Magos, a vila e sede do concelho,
Naquela bacia, eram encontrados nascentes/ olhos de água, cujo excesso acumulado com as das chuvas, seguia o seu curso até ao Paul de Magos, passando pela Sangria (1), até se juntar no Rio Tejo.
Um dia no séc. XVIII, foi regimentada aquela Várgea, com inclusão na Coutada Real de Salvaterra, abrangendo também o Vale do Grou, um dos locais no país, onde se albergavam estas espécies cinegéticas na sua rota de emigração. A obra foi executada, a coberto do projecto aprovado, pelo Conselho Superior de Obras Públicas, em 1933/34, com concurso público entregue ao Engº Ramalho Rosa, que concedeu sub empreitada, em regime de tarefa ao Engº José Vaz Guedes, que teve necessidade durante a execução da obra, de abrir escritório, em Salvaterra, onde se movimentavam engenheiros, projectistas e funcionários superiores.
Dada como acabada m 1936, foi inaugurada e entregue à Associação dos Regantes do Sorraia, com o fim do enxugo do Paul de Magos e abastecer vários canais de rega, para novas culturas a usar naquelas férteis terras.
*José Gameiro
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Nota: Doc usados – htt//www.historiadesalvaterra.blogs.sapo.pt
Boletm Nº 45– Junta Geral do Distrito de Santarém de 1936, “A Obra de Melhoramento Hidro-Agricola do Paul de Magos
CRÓNICA DO NOSSO TEMPO
O 1º DE MAIO DE 1974 - EM SALVATERRA DE MAGOS
A manhã com um sol brilhante ia a meio, a vila mostrava já um movimento desusado de dezenas de populares que não queriam perder a festa, que ali teria lugar. Um grande palco montado, na véspera, na frente da fachada da antiga escola primária "O Século", atraía o povo ao Largo dos Combatentes.
Era dia 1 de Maio, de 1974, agora dia feriado Nacional, o povo trabalhador português tanto esperou, que após cerca de meio século de ditadura, que o movimento dos Capitães, trouxe ao país com a revolução dos cravos, se podia comemorar.
Desde 1886, em os que trabalhadores americanos, de Chicago, pararam e fizeram greve, exigindo melhores condições de trabalho, pois chegavam a fazer 17 horas diárias e queriam as 8 horas.
Aquele dia passou a ser um símbolo no mundo, e em Portugal, só em 1934, uma greve dos trabalhadores vidreiros, que levou a muitos se juntarem em diversos pontos do país, que ficou conhecida pela revolta da Marinha Grande. Após aquela greve foram extintos em todo o país. os Sindicatos de classe locais, sendo o Estado Novo, decretado em seu lugar "Sindicados Corporativos" distritais.
As lutas dos trabalhadores rurais, do Ribatejo e Alentejo, por melhores salários e melhores condições de trabalho, vinham dos finais do séc. XIX, estalando-se os seus sindicatos locais, de preferência em agremiações já existentes.
O Sindicato dos Trabalhadores rurais do concelho de Salvaterra de Magos. foi criado em 1932, e tinha 100 sócios, aproveitou para sua sede uma sala cedida pelo “Montepio do Senhor das Almas” instalado na Rua Direita da vila, enquanto o Sindicato dos Marítimos de Salvaterra de Magos, criado na mesma data, usou o edifício Manuelino, junto à Capela Real, numa oferta gentil do executivo municipal. Estes dois sindicatos foram extintos devido às greves levadas a efeito, e foram substituídos pelos novos Sindicatos Distritais, uma nova modalidade do governo doestado Novo.
Em 1937, numa reedificação dos rurais da Lezíria ribatejana, que levou à greve de dois dias, os trabalhadores do concelho de Salvaterra, foram perseguidos e presos no campo, a cargo de um pelotão de cavalaria da GNR, que veio de Santarém, e entre os presos estava; José Caleiro, trabalhador braçal, da terra, homem de grande referência na região (tinha sido militar na I guerra mundial), foram entregues ao poder autárquico, do concelho. Os detidos esperaram dois dias numa cela, construída no séc., XVIII, no rés-chão do edifício camarário, recebendo obras, quando do sismo de 1909, e ali esperaram pela chegada da polícia poética (Pide), que os levou para Lisboa.
A partir daquele ano naquele espaço, foi instalado um Posto da GNR, com uma força permanente, mudando de local para novas instalações em 1980, no espaço do Antigo Matadouro Municipal da vila.
A luta dos rurais, da Lezíria ribatejana, vinha de longe, além de melhor salário, também exigiam as 8 horas de trabalho diário. mas naquele dia 1 de Maio de 1962, no Ribatejo, o grito veio de Alpiarça, juntando-se ao descontentamento que grassava no Alentejo.
- A partir de hoje, ninguém mais trabalha de sol—a—sol, queremos as 8 horas diárias!
Era dia 1º de Maio, era proibido a sua celebração, não sendo feriado, mas os trabalhadores, aproveitavam essa data para mostrar ao patronato as suas revindicações. O governo do Estado Novo, através de uma portaria, instituiu em Portugal, o horário diário das 8 horas, de trabalho diário. Para os rurais igualando-os assim aos trabalhadores fabris.
Com a revolução dos capitães, no dia 25 de Abril, os feriados e dias solenes da Igreja, foram reorganizados, e o Dia 1 de Maio, passou a ser dia Feriado Nacional.
O Dia do Trabalhador, foi uma grande jornada de festa, vivida em Salvaterra de Magos, o povo encheu por completo aquele largo da vila, trazendo cartazes com os mais variados slogans – vinham ouvir os oradores da tarde. O Palco encontra-se cheio de representantes do Partido Comunista Português (PCP, e do Partido Socialista (PS), e outras forças e movimentos políticos, convidadas, que pretendiam espaço no novo quadro político em Portugal. Entre os oradores; estiveram os jovens da terra; Paulo Martinho Cardoso e Joaquim Mário Antão.
* José Gameiro
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Nota: Fotos) 1 – O povo “apinhado” no Largo dos Combatentes * 2) No Palco (Visíveis) : Joaquim Mário Antão e Nelson Caleiro * 3) Largo da Igreja Matriz – Da Esqº para a Dtª antepº José R Gameiro – Cartaz “Uma Rua para António Almeida, vitima da Pide
* Bibliografia: Texto José Gameiro – Jornal Aurora do Ribatejo * Texto Pág 98-105 * Apontamentos Históricos do Concelho de Salvaterra de Magos - Edição Câmara Municipal 1951-1976
No dobrar do séc. XX, ainda se fazia o Rabisco, hábito que vinha de séculos.
A II guerra mundial tinha terminado já havia alguns anos, mas a pobreza e fome ainda se faziam sentir na população portuguesa. No Ribatejo, algumas famílias do povo rural de Salvaterra, para angariar algum dinheiro para dar de comer à família não deixava de se fazer o Rabisco (1), nas cearas já abandonadas após a safra.
As últimas colheitas do ano eram a vindima, o arroz, e a colheita da azeitona, esta entrava já pelo Inverno dentro. O tempo quente do Outono, já mostrava que dava sinais de vida, com alguns dias de chuva.
Os Lavradores da vila, afadigavam-se na mudança para as terras altas da charneca, das manadas de gado: toiros bravos, bois sem Canga e Cavalos limpos de Arreata, que viviam junto à borda d`água, desde a Primavera. O rio Tejo já dava sinais de começar a “encher o ventre”, coisa que fazia todos os anos alagando as terras de Aluvião, com cheias que duravam até Março, tempo de novas lavras.
Com falta de trabalho, o trabalhador de enxada, punha mão no Rabisco das sementeiras do grão de bico, chicharro, fava e milho, nas terras dos agricultores. O melão deixado na terra, pelos seareiros, era colhido também no rabisco, que toda a família fazia. Era tempo da engorda de um porco, para haver carne salgada no Inverno.
O homem da família encarregava-se de pedir autorização para entrar na terra, quer ao guarda, quer ao patrão. Alguns “afoitavam-se” e ao cair do luz-fusco, lá ia toda a família (homem, mulher e filhos), até às Courelas, terras de vinhedos, a caminho do Escaroupim, e não deixavam de “vindimar” alguma uva, para em casa se fazer vinho e água-pé, já cosido pelo S. Martinho.
Caso fossem apanhados sem consentimento, a queixa na GNR, dava para multas pesadas, que algumas vezes eram anuladas com o pedido de “clemência” ao dono da seara, e também ao Administrador da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos.
Os que no tempo frio, de Inverno, davam aos filhotes, uma colher de mel “para matar a fome”, tinham uma ou outra colmeia, feita de cortiça, colocada no pinhal dos Morros, onde nos arredores da vila, onde existia o rosmaninho, uma planta das Alfazemas.
Para fazerem a “Colmeia” pediam à família Roquette, algum resto de cortiça do “Chaparral”, propriedade situada nos seus terrenos dos Foros de Salvaterra, depois da colheita anual da “desboia” e “Secundeira”.
O excesso do mel caseiro, era produto vendido às Farmácias Martins e Carvalho, para angariar algum pé-de-meia, para a roupa a estrear pelo Natal.
Quando terminava a apanha da Azeitona, um mês depois, no olival, nalgumas árvores o tronco era pintado uma cruz, a cal branca, sinal que era proibido - deixou de haver o tempo da panha do Rabisco. Alguns dias depois o terreno era pastagem dos porcos.
*José Gameiro
(1) No dobrar do séc. XX, ainda se fazia o Rabisco, hábito que vinha de séculos., em terra que não tinha "Couto"
Nota: Fotos cedidos pela Familia Roquette - Casa Barão de Salvaterra, publicados na Revista a Hora de 1938
CRONICA DO NOSSO TEMPO
* Recordando!...
SERÁ NECESSÁRIO SENHAS DE RACIONAMENTO
Era pouca coisa, mas nunca passei fome!
As gerações mais antigas, aqueles que viveram, no período da primeira guerra mundial (1914-1918), e uns anos antes pela "Pulmonia", essas alimentavam-se com a comida que o “Diabo Amassou”!
A segunda guerra mundial, ainda se contava pelos dedos de uma mão, quando tinha terminado. A fome ainda grassava por Portugal, sendo as famílias mais numerosas, do meio urbano, as que mais sofriam, pois, as rurais em todo o país, conseguiam viver do que tiravam da terra. Havia quem para mitigar as necessidades alimentares, não deixava de vender ovos de galinha, ou criava um porco, com sementes que eram "rabiscadas" ao cair da noite, nas cearas de sequeiro dos lavradores da terra.
O Matadouro Municipal, de Salvaterra de Magos, funcionava duas vezes por semana, ao serviço dos muitos salsicheiros espalhados pela vila. Estes, faziam as suas compras de suínos de engorda, para abastecer as suas clientelas de carnes frescas e enchidos fumados.
O rapazio da população mais carenciada, naqueles dias lá entregavam um pequeno tacho com Vinagre e sal, para se aproveitar para cada um, um pouco de sangue dos animais abatidos, evitando que fosse para o esgoto. Naquelas matanças, havia sangue do gado Vacum, Caneiros/Borregos e até Cabras/Cabritos.
Os porcos já mortos, eram deitados, em bancas de pedra de lioz, e chamuscados com o lume do tojo misturado com o alecrim, mato aproveitado das limpezas dos pinhais, e que alimentavam várias fogueiras usadas para aquele fim.
. As mulheres encarregavam-se da limpeza e lavagem do “courato” dos animais. O sangue era levantado antes do fecho daquela instalação municipal, que durava toda a manhã, e em casa era cosido, servindo de refeição – comido como agora se consome o Pudim !
Outros, especialmente as mulheres e raparigas, ainda crianças, lá estavam com um pequeno saco pedindo esmola, à porta da Igreja, quando a missa do domingo acabava. Aquelas moedas serviam para a compra de alguma roupa para a grande prole de filhos da casa.
Em abono da verdade o digo !
- Na casa dos meus pais, a comida na mesa era parca, mas nunca se passou fome. A "fatia parida" (pão seco, depois de (re)molhado, era frito com ovo e, depois salpicado com canela), era uma forma de aconchegar a barriga, pois os produtos alimentares facultados nas “Senhas de Racionamento”, usadas à época, pelo governo do Estado Novo, para minorar a fome, era coisa que tinha de durar todo o mês. As mulheres em ranchos faziam as caminhadas até ao trabalho de madrugada e a pé, o homem já usava como transporte a sua bicicleta.
O leite, recolhido nas várias Vacarias existentes em Salvaterra, era uma bebida para algumas bolsas - vendido, por algumas mulheres, pelas ruas da vila, quando o sol mostrava os primeiros alvores da manhã, pois tinha sido o resultado da "ordenha", da vaca ou da ovelha, na noite anterior, ou da madrugada do dia.
Agora, nos tempos que passam, deixou de existir a pequena Loja da esquina, aquela que vendia fiado, dando lugar aos supermercados e hipermercados, cuja venda é dinheiro na mão. Os produtos nas prateleiras, depressa se esgotam, ao mais pequeno sinal de dificuldades, na ânsia de não se poder suportar a crise!
Em Salvaterra, naquele período (1939-45), cada família habituou-se, a comprar a comida necessária diariamente, à sua mesa, conforme “A Senha de Racionamento”, documento fornecido pela Freguesia local.
*José Gameiro
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Nota: Texto completo consultado, do autor * publicado, em 5 de Maio de 2011, na Crónica do Nosso Tempo - Crises sempre existiram ! - em www.historiadesalvaterra.blogs.sapo.pt
Fotos; Senha de Racionamento – família de José Gameiro Cantante (José Pataco)
- Em Salvaterra, existiam algumas Vacarias, as mulheres e suas filhas, vendiam o leite pelas ruas da vila * Foto Alex Cunha 1948
- Trabalhador Rural do Ribatejo no seu transporte de bicicleta, na década de 50 do séc. XX (O membro; António de Oliveira, numa recriação do Grupo Folclórico do Granho (Salvaterra de Magos)
ALEXANDRE VARANDAS DA CUNH
(Barbeiro e Fotografo Amador)
O Alexandre Varandas da Cunha, desde menino depois da escola, foi encaminhado pelos pais para uma profissão, pois sendo eles trabalhadores rurais, sabiam quanto era penosa a vida no campo. O mestre-barbeiro “Cesar Cabaço”, recebeu-o como aprendiz, na sua oficina da rua Direita (rua Luís de Camões) da vila.
O Alexandre, já senhor do ofício, depressa abriu uma barbearia, no rés-chão do prédio do João Neves Travessa (conhecido pelo João Serôdio), no Praça da República da vila. Quando veio o tempo da tropa para ter a porta aberta, falou a um colega de Benavente, que o substituísse.
Quando regressou de vez da vida militar, trazia consigo, a prática de enfermeiro, especialidade aprendida no hospital militar de Lisboa. ainda trazia consigo uma “caixa de fotos”, e o gosto pela fotografia, que lhe foi incutido por um camarada, que também lhe ensinou a usar os químicos para revelar as fotos e os negativos em vidro, pedaços que a Loja do José Sabino d`Assis, lhe oferecia, que até os cortava a preceito, para satisfazer os desejos do seu patrício, fotografo-amador.
O Alexandre, depressa passou a ser tratado carinhosamente pelo “Alexandre Barbeiro. A fotografia, passou a ser o ser grande hobby, e depressa passou a ser o fotografo da terra. Toda a população a ele recorria, para as necessárias fotos de crianças em dia de aniversário e casamentos. como também as destinadas aos documentos oficiais, especialmente: Bilhetes de Identidade.
Mais tarde, usou uma “Kodak” e os rolos de negativos de celulose, que mandava vir de Lisboa, e com este método também obteve fotografias de tudo quanto era sítio, ou actividade sociocultural que, ocorria em Salvaterra de Magos, sua terra natal.
Já casado e Jovem que era, não deixou de dividir o seu tempo livre dedicado ao Clube Desportivo Salvaterrense sendo durante anos, seu dirigente desportivo. O Alexandre Cunha, como tinha uma certa inclinação para o desenho, além de colorir as suas fotos, até pintou o emblema da colectividade, que tem no fundo uma roda de bicicleta (devido ao grande despique na época entre os ciclistas; Nicolau e Trindade, que entusiasmava Portugal, na época.
Em 1986, o Alexandre Varandas, já idoso, foi alvo de uma homenagem promovida pelo cultura da câmara, que teve numa sala da biblioteca durante um mês em exposição muitas fotos do seu grande espólio, que ofereceu com os negativos, em parte, àquele departamento da câmara municipal.
O Alexandre, sendo amigo de infância do meu falecido pai (José Gameiro Cantante), me ofereceu algumas fotos e negativos, entre eles lá vinham as do Mercado Municipal e Jardim publico, e em frente ao grande portão daquele espaço publico, na Praça da Republica, , símbolos da vila, na década de 40 do séc. XX, que tem sido reproduzidas por tudo quanto é publicação sobre Salvaterra de Magos.
Foi na Barbearia do mestre-Alexandre, com o seu apoio, que eu com um pequeno gravador de cassete fita, reuni (para fazer um artigo publicado no Jornal Aurora do Ribatejo), alguns idosos que foram jogadores no “Club O Estrela”, e estiveram na fusão que deu origem ao plantel do Clube Desportivo Salvaterrense. Com as informações recolhidas e outras guardei nas páginas do livro que fiz sobre a origem desta colectividade desportiva.
*José Gameiro
Nota: Texto completo do Post publicado no Facebook – José Gameiro, em 26/12/2021 e em www.historiasalvaterra.blogs.sapo.pt 03.12.2010 (Alexandre Cunha (Um Fotografo Amador) do Autor
Fota do autor
CRONICA DO NOSSO TEMPO
A Santa Casa da Misericórdia local comemorava o seu 399º aniversário, e foi dia de inaugurar a Capela do Lar/Centro de Dia da instituição. A tarde já ia a meio, o povo acorreu em grande número associando-se na sala de reuniões do novo edifício principal à sessão alusiva aos festejos, onde estiveram presentes os convidados;
A Segurança Social de Santarém, esteve presente através de dois altos funcionários; Drs. Ramos e Elias. bem como instituições de misericórdias vizinhas. O Provedor; Armando Pinto Oliveira, que fez parte do grupo de 8 amigos da Misericórdia, que abriu o Centro de Dia para Idosos - uma obra provisória, na vila, em 3 de junho de 1985, e construiu o edificio do Lar/Centro Dia da Santa Casa, inaugurado em15 abril de 1992, convidou para junto de si os outros dois companheiros de jornada, ainda vivos; José Rodrigues Gameiro e João António Nunes Silva. Aberta a sessão solene, deu as boas vindas aos presentes, e depois de algumas intervenções dos presentes lembrando a obra da instituição ao longo dos séculos, a sessão fechou com um beberete de “Porto de honra”, de seguida os presentes deslocaram-se até à capela que se ia inaugurar.
O Provedor, ao descerrar a placa com os seus colegas da mesa juntos, convidaram D. Manuel Pelino, a retirar o estandarte da Misericórdia de Salvaterra de Magos. O povo presente bateu palmas e a banda de musica dos Bombeiros tocou um pequeno hino.
Na lapide, constava:
“CAPELA DO LAR DA TERCEIRA IDADE DA SANTA CASA DA MISERICORDIA DE SALVATERRA DE MAGOS, BENZIDA E INAUGURADA, EM 7 DE DEZEMBRO DE 1999, POR SUA REVª D. MANUEL PELINO, BISPO DA DIOCESE DE SANTARÉM”
Naquele novo edifício religioso, modesto de construção, no seu interior tinha no espaço do altar, uma escultura de Cristo Crucificado na cruz, e numa parede dos lados uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, e os meninos. No lado oposto uma escultura de S. Paulo, orago da freguesia de Salvaterra de Magos. A imagem de Nossa Senhora, foi uma oferta resultante da oferta dos amigos daquela Santa Casa, sendo a escultura de S. Paulo, oferta de um casal desta terra, emigrante nos U.S.A.
Pretendia-se que ali fosse um espaço de oração dos idosos internados e lugar para celebração de missas. Também seria lugar de meditação, recolhas íntimas, dos familiares e amigos. em dias dos corpos aguardarem o seu funeral. Naquele dia festivo do templo, estava o andor de Nossa Senhora da Conceição, que interrompeu a sua estadia nas Novenas na Igreja Matriz, na vila. A missa solene foi celebrada por D. Manuel Pelino, quando já caía a noite em dia fria de Inverno, no exterior gerou-se um burburinho que levou o Pe. Agostinho de Sousa, pároco da Casa Paroquial, junto do grupo agitador, pedindo mais respeito pela celebração que decorria, pois, a missa ainda não tinha terminado (1).
Pelas, 21,30 horas ouviu-se o primeiro morteiro, que foi acompanhado de vários foguetes, um trabalho do “fogueteiro improvisado”; Vicente Almeida, dando assim noticia da inauguração da Capela de Nossa Senhora da Conceição.
A procissão nocturna de Nossa Senhora, saiu naquele dia 7 de Dezembro, acompanhada de muito povo e da banda de música, percorrendo várias ruas do sul da vila, a caminho da Igreja Matriz, onde foi rezada a última Novena.
Quando a tarde do dia 8, já ia a meio, o cortejo religioso, saiu daquele templo matriz, pelas ruas da vila, onde o rosmaninho pelo chão, as colchas pendentes nas varandas, davam colorido à tradicional e secular festa religiosa, que lá terminou com a recolha do andor da imagem de Nossa Senhora, na Capela da Misericórdia, junto à vala real.
*José Gameiro
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(1) Os mais impacientes manifestavam-se com a hora tardia, para o inicio do cortejo religioso.
(Nota) Texto publicado no jornal Vale do Tejo (JVT)
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